Histórico de atualizações
  • E é tudo do Tondela-FC Porto. O nosso LiveBlog fica por aqui — segunda-feira há mais e em dose dupla. Foi como sempre um prazer tê-lo desse lado. Trago-lhe daqui a nada a crónica deste jogo. Quer uma pista do que lá lhe vou contar? “Está na hora da caminha, vamos lá dormir.” Recorda-se? 

  • O resumo do jogo

    Há jogos em que os adeptos (não só os do FC Porto, mas os de qualquer clube) desesperam porque aqueles onze homens que carregam a camisola do seu clube não acertam um passe. Às vezes nem um daqueles fáceis (nem todos têm que ser o Pirlo, o Xavi ou o Paulo Sousa, que têm radar nas botas) eles conseguem acertar. Não é o caso do FC Porto.

    Os azuis-e-branco não só têm uma posse de bola absolutamente avassaladora neste jogo com o Tondea, como raramente falharam um passe, fosse curto ou longe, fosse um atraso para a sua defesa ou uma desmarcação nas costas da defesa contrária. O que fez desesperar os adeptos do FC Porto foi o ritmo, pausado, demasiadamente pausado ao longe de 90′, sempre ou quase sempre longe da baliza de Cláudio Ramos e com remates que se contam pelos dedos de uma mão – verdade seja dita, ainda sobre um dedo.

    Não fosse os pozinhos de perlimpimpim de Brahimi no 1-0, com um remate só ao alcance dos magos do futebol, e a coisa ter-se-ia complicado. E só não se complicou mais porque Casillas defendeu um penálti de um seu conterrâneo, Salva, em cima do final do jogo.

    O Tondela é último, pede-se-lhe que espevite se não quiser ir corrido de volta para a Segunda Liga, mas hoje fez pela vida como pôde.

    Ao FC Porto, a jogar contra um clube que não vence há nove jogos, a ele sim, pede-se-lhe mais, muito mais. Não se pede mais bola no pé – que essa já tem e de sobra –, pede-se-lhe é que não adormeça tanto o jogo. A bem de não ser surpreendido (como quase foi no final) e a bem de quem vê o jogo, que adormeceu no sofá ou bancada quando se podia estar a divertir num sábado à noite.

  • Falta ouvir Rui Bento, que ainda não venceu como treinador do Tondela: “A equipa fez um excelente jogo. Fez o que pedi. Estamos vivos e hoje foi a demonstração disso. Toda a gente viu. E logo contra um candidato ao título. Não fosse o Brahimi a inventar um daqueles golos ao alcance de poucos, e acredito que conseguiríamos mais. Não ganhamos o jogo, mas ganhamos uma equipa. Foi pena não termos concretizado o penálti que nos daria o empate. O mérito é do Casillas.”

  • Na vez de Lopetegui, expulso, fala Rui Barros: “Na segunda parte, com o 1-0, a equipa circulou menos, que é o que nós gostamos de fazer, mas o Tondela também não fez nenhum remate, tirando o penálti. Fomos melhores. Com a derrota com o Dínamo de Kiev era normal que a equipa estivesse ansiosa e nem tudo saísse bem. Mas vencemos com mérito. A expulsão de Lopetegui? Os árbitros têm sempre razão, não é?… Mas o nosso treinador só estava a dar indicações ao jogador. É injusto.”

  • No Tondela fala Bruno Nascimento, confiante apesar da derrota: “Não conseguimos converter o penálti. Todos viram: a nossa equipa está unida e não tivemos sorte. Mas vamos ter agora uma série de jogos em que vamos ser melhores. Os três “grandes” já foram, e vamos fazer uma bela temporada de certeza. Ainda vão ouvir falar muito do Tondela.”

  • Fala primeiro Brahimi (em castelhano, ele que jogou duas temporadas em Granada) na flash interview: “Sabíamos que ia ser um jogo difícil contra uma equipa aguerrida. Mas a vitória dá-nos confiança para vencer os próximos jogos. A derrota com o Dínamo de Kiev já não está na cabeça dos jogadores. Somos um grupo solidário e vamos seguir em frente. O golo? Inspiração? O importante é a equipa.”

  • Fim de jogo. Traga-lhe já, já a flash interview e o resumo do jogo. A crónica está no forno e fica para depois. Venham de lá os depoimentos. 

  • O Tondela, mesmo com o penálti falhado, está a acreditar que é possível empatar. Nem sempre chega à frente com cabeça, tronco e membros. Mas vai chegando. E se a bola é entregue de novo a Murillo, ele pode fazer das boas na defesa do FC Porto. 

  • Espanhol contra espanhol. De um lado Casillas, um dos futebolistas espanhóis com mais títulos na história. Do outro, Salva Chamorro — que ninguém sabe bem quem é por terras de nuestros hermanos; ele que veio do Lleida Esportiu para o Tondela. Salva atirou para a direita, Casillas também para lá foi, e defendeu. Tudo na mesma no resultado, vence o FC Porto por 1-0, mas não ganhou para o susto Lopetegui, lá da tribuna. Maicon foi descuidado na forma como se fez ao lance com Murillo. 

    https://twitter.com/360_Foot/status/670731505568784386

  • PENALTI! É falta de Maicon sobre Murillo

    Maicon derrubou o venezuelano emprestado pelo Benfica (que é veloz que cansa só de ver) na área, em carrinho. 

  • Marcano já tinha saído para dar lugar a Maicon a Rúben Neves aos 68′. Ninguém nas bancadas fez grande alarido disso. O FC Porto domina a seu belo prazer e Danilo faz bem o lugar de central. Mas quando Lopetegui tirou Brahimi para por Maicon, aí caiu o Carmo e a Trindade. E os adeptos assobiaram e muito a decisão do espanhol. Ele já não está no banco para escutá-los, mas lá da tribuna onde se sentou também se escutou e ficou com as orelhas a arder. 

  • Brahimi fez o que fez na primeira parte. Só que na esquerda ao invés da direita do ataque. Driblou todos os tondelenses que lhe surgiram pela frente e quando teve uma nesga de espaço, rematou em arco. Mas não lhe saiu bem, as medidas que tirou estavam erradas, e há que calibrar melhor a bota da próxima vez. Cláudio Ramos defendeu à segunda, mas com serenidade. 

  • Romário Baldé, nas camadas jovens do Benfica, com o arcaboiço que sempre teve, com toda aquela velocidade, toda aquela explosão, fazia o que queria dos miúdos da idade dele. Agora fez tudo o que quis dos graúdos azuis-e-brancos. Veio da esquerda para o meio, sempre em velocidade, sempre em dribles, deixou Maxi para trás, depois foi Martins Indi quem ficou nas covas, e lá rematou Romário, em jeito. Mas faltou-lhe um nadinha de jeito para o empate. Se contabilizarmos este lance de Romário como sendo um remate, o FC Porto e o Tondela estão empatados nesse aspeto. O que explica muito do que tem sido o jogo desta noite em Aveiro. 

  • Finalmente! Lá andava o FC Porto, como em todo o jogo, a trocar a bola de pé para pé, à procura de um remate que ninguém faz, à procura de uma desmarcação que ninguém consegue, à procura que o cronometro avance e os tire a todos para fora daquele marasmo coletivo. Tello fartou-se! E chutou. E Cláudio Ramos só defendeu o remate do espanhol, forte, de fora da área e na direção do poste esquerdo, porque se esticou todo e deu uma palmada na bola para canto. 

  • Minuto 62. Leu bem: sessenta e dois. E o FC Porto não fez um só remate — nem o Tondela, claro está — até agora no recomeço. Nem andou lá perto. E mesmo Brahimi, que na primeira parte até foi o mais vivaço dos azuis-e-brancos, está a deixar-se adormecer como os demais. E vão adormecendo as bancadas, o Tondela, os telespectadores. Todos. É verdade que o FC Porto adormece com a bola colada nas botas, na dá cá leviandades para que o Tondela ponha o pé em ramo verde, mas lá que isto está difícil para lhe narrar algo de emotivo, lá isso está. 

  • Aí está, tardou mas veio: sai Bueno (que mal se viu) e entra Tello, que é, a par de Brahimi e Corona um dos poucos desequilibradores que o FC Porto tem pelas alas. E este jogo pede (urgentemente!) que se desafunile o jogo. 

  • O jogo está tão pachorente que dá para tudo. Até para pedir a gravata a Lopetegui. O problema é que ele já nem no relvado está para dá-la. Foi expulso por Manuel Mota na primeira parte. 

    https://twitter.com/PontapeDeSaida/status/670722086156034048

  • De um e de outro lado, tudo na mesma. Lopetegui pôs Tello a aquecer ao intervalo, esperar-se-ia um FC Porto com mais um flanqueador e menos um avançado (Bueno) ou médio (Herrera) no centro, mas foi somente isso: uma esperança. Vã. O Tondela continua com demasiada gente da frente (Menga, Romário e Nathan), quando, visto daqui, o que se lhe pedia é que reforçasse o meio-campo, onde Guzzo não chega para tudo na construção. E de que vale ter tanta gente “perdida” na frente se não há quem lá faça a bola chegar. 

  • Já rola de nova a bola em Aveiro. 

  • O resumo da primeira parte

    O Tondela e o FC Porto são estranhos um para o outro. Nunca se defrontaram na Liga, onde o Tondela se estreia este ano. Aliás, nunca se defrontaram de todo. Mas o FC Porto sabe ao que ia: ia defrontar uma equipa que não há maneira de vencer há nove jogos e é último classificado da Liga NOS com somente cinco pontos.

    A rotação é a do costume com Lopetegui, Rúben Neves e Tello ficaram no banco, Maicon idem, e Corona nem a isso teve direito. Isto para lhe falar de habituais senhores do onze azul-e-branco. Os dragões dominaram o jogo do minuto um aos 45. O Tondela só por uma vez rematou à baliza (apesar de ter três avançados à solta da frente) e nem enquadrado foi o dito remate. Mas ter posse de bola, circulá-la sempre bem, não é o mesmo que ser dominador.

    Os defesas do Tondela não passaram por um sobressalto que se visse. O que lhes ia chegando à área, eles iam limpando ao chutão para a frente.

    Na única vez que o FC Porto criou perigo até então, no primeiro que fez que seja digno desse nome, Brahimi fez uso de tudo quanto sabe de geometria, de como desenhar meios-circulos perfeitos, e “sacou” de um daqueles remates ao ângulo em que o guarda-redes nem os pés do chão tira. Foi aos 28′.

    Para mais animação, quem foi a Aveiro ou viu o Tondela-FC Porto pela televisão, teve que esperar pela compensação. Já com Lopetegui expulso do banco e a ver o jogo do camarote, Maxi, Aboubakar, Herrera e Buena trocaram a bola ao primeiro toque até esta chegar à área, e foi aí que Aboubakar chutou cruzado, mas direitinho para fora.

    Foi um aborrecimento pegado, com a bola no pé, é verdade, mas sem ocasiões de perigo. Safou-se Brahimi e pouco mais. Venha de lá o recomeço. E melhorzinho, por favor. 

1 de 3