Atualmente a Apple é a empresa mais valiosa do mundo. Estima-se que venha a ser a primeira companhia a valer um bilião de dólares (em inglês, trillion dollars). Ainda assim, ao longo da sua história a marca tomou certas decisões que causaram transtorno ao fãs, ou que só foram compreendidas anos mais tarde. Com isso em mente, a CNN Money elaborou uma lista das sete decisões mais irritantes da Apple, que aqui compilamos:

1. Pôr uma só porta no MacBook

A mais recente versão do MacBook tem só uma porta. Chama-se USB-C e serve para tudo: transferir dados entre dispositivos, carregar a bateria do portátil ou ligar a um monitor externo. Como o conector é diferente do USB normal, os utilizadores têm de comprar um adaptador caso queiram ligar normalmente os seus dispositivos periféricos. Guess what: a marca vende-os. A partir de 25 euros.

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2. Matar dois suportes de armazenamento

A Apple quer estar sempre um passo à frente. De acordo com a CNN Money, em 1984, quando lançou o Macintosh, eram as disquetes de 5¼ polegadas que estavam na moda. Contudo, a Apple optou por incluir uma unidade de disquetes tipo 3½ polegadas, um suporte novíssimo lançado no ano anterior.

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Mais tarde, os PC viriam a adotar a mesma tecnologia. Precisamente na mesma altura em que a Apple põe de lado as disquetes e lança-se às unidades de CD-RW com o novo iMac em 1998. A tecnologia foi novamente adotada pelos PC e, dez anos depois, a Apple lançava o MacBook Air, limitando-se apenas às portas USB. Foram dois suportes de armazenamento que ficaram pelo caminho, ou seja, dois negócios mortos.

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3. Matar também o Flash

Foi em abril de 2010 que começou oficialmente a luta da Apple contra o Flash, o conhecido sistema da Adobe para reproduzir conteúdos multimédia em páginas na Web. Jobs publicou um artigo intitulado “Pensamentos sobre o Flash”, onde argumentava que “todos os padrões relativos à Web devem ser abertos” (leia-se open source, ou seja, de código aberto). Ora, o Flash é tudo menos aberto, pois “é propriedade” da Adobe e ela que o controla.

O então líder da Apple sugeria que se adotassem alternativas como o HTML5, pois o Flash não estava otimizado para dispositivos com ecrãs táteis. E, segundo a CNN Money, a Adobe viria a concordar implicitamente com ele ano e meio depois, ao descontinuar este software para dispositivos móveis.

SAN FRANCISCO - MAY 13: A full page ad by Adobe Systems is displayed on the back of the San Francisco Chronicle business section May 13, 2010 in San Francisco, California. Adobe Systems has fired back at Apple CEO Steve Jobs' recent denouncement of Adobe's Flash technology and is running advertisements in major newspapers saying "We Love Apple". (Photo Illustration by Justin Sullivan/Getty Images)

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4. Introduzir o novo cabo conector “Lightning”

Com a chegada do iPhone 5 chegou também um novo tipo de cabo para carregar o telemóvel. A Apple chama-lhe “Lightning Cable”, um cabo USB com um conector mais pequeno.

Esta novidade, apesar de permitir a criação de dispositivos mais finos (o modelo anterior do cabo era bastante largo), tornou obsoletos os cabos usados anteriormente. De novo, o problema é o preço: a Apple vende-o a partir de 25 euros. Fora o facto de muita gente ter vários cabos para vários produtos da mesma marca. É que os adaptadores também são caros.

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5. Ser anti “clique direito do rato”

É outra das obsessões da marca da maçã: um rato de computador deve ser o mais simples possível. Por isso, o chamado “botão direito do rato” não existia nos computadores da marca. Só em 2005 é que surgiu um rato “marca Apple” com um botão programável à direita.

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6. Inverter o scroll

Quando aprendemos a usar um PC, aprendemos também que se faz scroll para baixo para andar para baixo numa página, e scroll para cima para andar para cima nessa mesma página. Mas essa teoria surge invertida nos computadores da Apple: faz-se scroll para cima para andar para baixo e vice-versa. Segundo a CNN Money, esta é uma tentativa da marca aproximar a experiência em computadores da experiência em ecrãs táteis (onde se arrasta para cima para navegar para baixo numa janela).

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StockSnap/Pixabay

7. Ser diferente. Até nos chips

A Motorola e a IBM foram, durante muitos anos, as grandes parceiras da Apple no que toca aos chips dos computadores. Enquanto isso, os PC foram-se popularizando com uma arquitetura interna da marca Intel.

Ainda que a Apple fosse argumentando que os processadores das suas parceiras eram melhores que os da Intel, as vendas de computadores Mac só dispararam quando a marca cedeu, por fim, às soluções da Intel. Esta decisão, tardia, colocou a Apple na retaguarda, com as empresas de software a apostarem principalmente nos programas para PC.

SANTA CLARA, CA - JANUARY 16: The Intel logo is displayed outside of the Intel headquarters on January 16, 2014 in Santa Clara, California. Intel will report fourth quarter earnings after the closing bell. (Photo by Justin Sullivan/Getty Images)

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