A Colômbia vai receber 100 milhões de dólares da Noruega, Alemanha e Reino Unido para combater a desflorestação no leste da Amazónia, segundo um convénio assinado pelo presidente colombiano, Juan Manuel Santos, com representantes daqueles países.

“Os benefícios da paz começam a ver-se, e ver-se-ão cada vez mais, em termos ambientais, em ações concretas, como estes recursos que serão levados a essas zonas do território onde há uma grande degradação”, assegurou hoje o ministro do Meio Ambiente e desenvolvimento Sustentável colombiano, Gabriel Vallejo López.

Falando na COP21, que decorre em Paris, o governante revelou que um protocolo similar será assinado esta terça-feira, permitindo que a Colômbia receba ajudas de 200 milhões de dólares.

Segundo o ministro, a desflorestação aumentou em algumas zonas da Amazónia, devido a “cultivos ilícitos, aumento das fronteiras agrícolas, mineração ilegal e todo o tipo de atividades criminosas que se desenvolveram nos últimos anos”.

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O acordo foi anunciado durante uma conferência intitulada “Os bosques e as alterações climáticas”, devendo a ajuda financeira começar a chegar à Colômbia a partir de março.

Para Vallejo López, estes acordos representam “uma enorme oportunidade” para a Colômbia, que “tem vindo a fazer um trabalho na área do meio ambiente com países que querem apoiá-lo e acompanhá-lo”.

Os convénios surgem após a Noruega, a Alemanha e o Reino Unido terem verificado que estava a ser realizado um programa de reflorestação e, a partir do primeiro trimestre de 2016, chegam os primeiros 35 milhões, destinados a zonas afetadas por 50 anos de conflito.

A COP21, que começou hoje em Paris, decorre até 11 de dezembro, e junta na capital francesa representantes de 195 países, que tentarão alcançar um acordo vinculativo sobre redução de emissões de gases com efeito de estufa que permita limitar, até 2100, o aquecimento da temperatura média global da atmosfera a dois graus centígrados acima dos valores registados antes da revolução industrial.

Até agora, mais de 170 países já apresentaram os seus contributos para a redução de emissões, mas ainda insuficientes para alcançar a meta proposta.

Entre os assuntos pendentes estão a aceitação de um mecanismo de revisão periódica das contribuições nacionais e a existência de um só sistema, sem divisões entre países desenvolvidos e em desenvolvimento, mas com flexibilidade no tratamento, tema que, juntamente com a responsabilização dos países maiores emissores, serão aspetos mais difíceis de resolver.