São discussões antigas, mas alguns já foram comprovadas por estudos científicos. A sua inteligência pode mesmo ser determinada pela ordem de nascimento (embora com uma relação algo frágil), pelo facto de ter sido amamentado em bebé ou até por conseguir rir com as tiras cómicas nos jornais. É impossível ser taxativo nesta matéria, mas é sempre divertido ler as conclusões de alguns estudos. E mostre ao mundo que nasceu para ser um cérebro.

… se é o irmão mais velho

É sempre um bom estudo para se ter à mão numa discussão com o irmão mais novo. Os psicólogos das universidades de Mainz e de Leipzig afirmaram que os irmãos mais velhos tendem a manter um “vocabulário mais rico” e “menos dificuldade em entender ideias abstratas”. O estudo, publicado na revista científica PNAS, analisou o intelecto de 20 mil norte-americanos, alemães e ingleses, realça no entanto que “o efeito [da ordem de nascimento] na inteligência replica-se muito bem em grandes amostras, mas é quase insignificante a nível individual”.

… se é de esquerda (nos Estados Unidos, pelo menos)

. O título de um estudo publicado em 2010 por uma investigadora da London School of Economics and Political Science diz tudo: “Porque é que os liberais e os ateístas são mais inteligentes“. Logo no abstract do documento é possível ler-se que “a inteligência dos adolescentes e adultos aumenta o liberalismo, o ateísmo e o valor da exclusividade sexual dos homens (mas não das mulheres)”. Estes resultados foram encontrados através de dois tipos de análise, um dos quais envolvendo o quociente de inteligência. O que Satoshi Kanazawa, a autora do estudo, descobriu é que os adolescentes com QI mais alto tendem a posicionar-se mais à esquerda no espetro político.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

… se é músico

Lembra-se daquela flauta de bisel que guardou numa gaveta quando acabou o quarto ano? É melhor ir afiná-la. Os especialistas do Instituto de Investigação de Rotman (no Canadá) quiseram estudar que atividades podiam contribuir para um maior desenvolvimento cognitivo. Para isso testaram crianças que aprendiam música e outras que aprendiam artes visuais. Concluíram que “ao fim de apenas 20 dias de treino, apenas as crianças no grupo da música exibiram uma performance melhorada quando foi medida a inteligência verbal” e que essa melhoria era da ordem dos 90%.

… se não é gordo

A aparência pode também ter influência na inteligência. E não basta ter uma barriga mais atlética: convém que a carteira esteja bem abastecida. A indicação chega de Harvard, através de um estudo onde se descobriu que as crianças com notas mais baixas aos 11 anos tinham maior tendência a tornar-se adultos obesos aos 40 anos. O motivo estava na conta bancária: quanto melhor o nível de vida, melhor a educação superior e melhores os postos de trabalho alcançados, o que resulta por fim numa maior preocupação com a saúde e com a boa forma física.

… se tem um gato

A sua inteligência pode estar no felino de que cuida lá em casa. É o que sugere um estudo realizado pela Universidade de Carroll e apresentado pela Associação da Ciência Psicológica. De entre os 600 estudantes universitários, apenas 11% disse preferir gatos a cães. Estes últimos eram preferidos por 60% dos inquiridos. O estudo deu conta que os amantes de gatos eram “introvertidos, mente aberta, não conformistas e mais inteligentes”.

… se bebeu leite materno

Uma breve pesquisa na Internet e vai perceber que este é um tópico controverso. Há dois anos, os investigadores do Hospital Pediátrico de Boston acompanharam 1.312 bebés e respetivas mães para entenderem se havia relação entre a amamentação e o desenvolvimento cognitivo. Os resultados indicaram que “quanto maior o tempo de amamentação, maior a probabilidade de as crianças alcançarem notas mais altas em testes de vocabulário aos 3 anos e em testes de inteligência aos 7 anos”.

… se fuma

Não o queremos incentivar a fazê-lo. Nem pode ser uma atitude tão inteligente quanto isso. Mas o que foi publicado do Psychology Today é que as pessoas mais espertas costumam consumir mais drogas. A Universidade de Cardiff, onde foi realizado este estudo, afirma que quanto maior o QI de alguém, maior a tendência que ela tem para aceder a novas experiências. A curiosidade é quem mais ordena.

… se é canhoto

É mais um dos mistérios em redor da população cuja mão dominante é a esquerda. O The American Journal of Psychology desenvolveu três testes, com amostras entre 556 e as 965 pessoas, onde tentou descobrir se havia alguma relação entre o quociente de inteligência e a mão preferencial. Aperceberam-se que os canhotos têm classificações mais altas nos testes de QI e mais desenvoltura no pensamento lateral, confirmando assim um velho mito. Num desses textos, foi mais fácil para os canhotos combinar objetos para formar um terceiro ou agrupar palavras relacionadas de alguma forma.

… se é alto

Em 2008, a Universidade de Princeton veio afirmar que ser mais alto está “positivamente associado com a habilidade cognitiva”. E isso era válido desde criança, visto que as mais altas tendiam a alcançar melhores resultados em testes de QI do que as mais baixas.

… se aprendeu a ler rápido

Para chegar a este resultado, os especialistas voltaram a colocar irmão contra irmão. Tudo em nome da ciência. O estudo publicado na Wiley Online Library tomou como amostra 1890 pares de gémeos monozigóticos em cinco momentos da sua vida, entre os 7 e os 16 anos. E descobriram que o irmão que aprendia a ler mais depressa também alcançava melhores notas nos testes de habilidade cognitiva.

… se é muito ansioso

Todos conhecemos aquele tipo de pessoa que parece pensar em muita coisa ao mesmo tempo. Tanta coisa que acaba por agir sempre com nervosismo e ser o “amigo chato” por estar constantemente preocupado. Acontece que esses são também os mais inteligentes, consideraram os investigadores da Universidade de MacEwan. Estudaram 126 estudantes (sim, uma amostra muito pequena, o que torna este estudo também controverso) e entregaram-lhes alguns questionários sobre o seu nível de ansiedade. Os mais nervosos eram também aqueles que alcançavam pontuações maiores nos testes de inteligência verbal. Na inteligência não verbal, isto já não era válido.

… se é muito divertido

Se não conseguiu identificar o “amigo chato” do seu grupo, talvez consiga saber quem é o “amigo palhaço”. O das piadas e anedotas constantes, o inconveniente (por vezes), mas o mais engraçado também. Esses também são os mais inteligentes, indica um estudo publicado no Psychology Today. Em primeiro lugar, os 400 estudantes resolveram alguns testes de inteligência. Depois, foram convidados a ler tiras cómicas da “The New Yorker”. Os que mais se riram tinham tido melhores notas.