A polícia russa deteve um soldado que desertou do exército do país há cerca de 11 anos e que era dado como morto pela família, relata o jornal inglês The Guardian. O homem de 30 anos, cuja identidade não foi revelada, passou mais de uma década escondido numa floresta, situada no leste da Rússia.

O soldado alistou-se no exército em 2003 para cumprir os dois anos de serviço militar obrigatório, que vigoravam à data na Rússia (período que, em 2008, foi reduzido para um ano). Foi enviado para a península de Kamchatka, tendo fugido das fileiras perto de um ano depois, segundo a polícia local, citada pela publicação britânica.

As autoridades russas já não o procuravam: as buscas tinham sido interrompidas meses após o seu desaparecimento. Isto porque, segundo o The Guardian, os seus familiares identificaram erradamente um cadáver como pertencendo ao desaparecido. Segundo a agência de notícias russa Tass, a sua família chegou mesmo a enterrar o corpo encontrado, pensando que era o o soldado em questão, poucos meses depois de este ter desertado.

A agência Tass adianta ainda que o soldado terá desaparecido devido a “problemas familiares”, uma informação partilhada à agência pelas autoridades regionais, e que vivia numa pequena casa que o próprio construiu, a partir de materais antigos.

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Segundo o The Guardian, uma sucursal local do ministério do Interior russo publicou esta segunda-feira um comunicado onde garantiu que o soldado desertor “viveu em Kamchatka este tempo todo, escondendo-se na maior perto do tempo na floresta” e que este nunca “tentou entrar em contacto com a [sua] família”.

Durante esses cerca de 11 anos em que esteve escondido, o soldado russo terá tido diversos empregos, como um trabalho numa fazenda de criação de porcos e outro que consistia em recolher sucata.

Na Rússia, os soldados culpados de deserção podem apanhar até sete anos de prisão. Mas há quem acredite que o desertor não deverá ser preso, como Valentina Melnikova, a presidente do Comité Russo das Mães de Soldados, que dá o exemplo de soldados que desertaram no passado e que, sendo submetidos a uma “avaliação psiquiátrica”, acabaram por ser libertados.