Não é um agradecimento, mas quase. Pelo menos é essa a ideia que o Governo quer fazer passar. Para o secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares, Pedro Nuno Santos, a apresentação da moção de rejeição pelos dois partidos que formavam Governo servirá para que o Governo de António Costa reafirma “a alternativa maioritária”.

PSD e CDS decidiram levar o Governo do PS com apoio do PCP e do BE a votos, obrigando os dois partidos a dizer não a uma moção de rejeição e provando que estão ao lado do PS. É por este ângulo que os socialistas olham para o documento que será votado na quinta-feira: “É um direito dos grupos parlamentares de a apresentarem. Será mais um momento para reafirmamos a alternativa maioritária que o Parlamento encontrou e tem neste momento”, disse Pedro Nuno Santos aos jornalistas.

Esta leitura era aliás um dos argumentos contra a apresentação da moção de rejeição que foi discutida no seio do PSD e do CDS. Para alguns centristas e social-democratas, apresentar a rejeição seria dar ao PS e aos dois partidos à esquerda mais um momento de união, um selo de legitimação no Governo PS.

No entanto, tal como o Observador noticiou em primeira mão, PSD e CDS decidiram por consenso apresentar a moção de rejeição. O texto da moção será conjunto. “Fomos a eleições juntos, ganhamos as eleições juntos, é normal que defendamos o resultados juntos”, confirma fonte do CDS.

Certo é que não será apresentada nenhuma moção de confiança ao Governo. “O Governo não tem qualquer problema de confiança, não sente desconfiança, não sente essa necessidade”, justifica Pedro Nuno Santos. “O PSD e o CDS sentem necessidade de apresentar essa moção de rejeição -será um momento importante para reafirmar maioria”, reforçou o governante.

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