A Comissão Nacional do PS deverá eleger no sábado Ana Catarina Mendes para o cargo de secretária-geral adjunta e aprovar a constituição de uma Comissão Permanente, órgão que será o “núcleo duro” do executivo partidário.

Fonte da direção do PS disse à agência Lusa que a nova Comissão Permanente dos socialistas será em princípio coordenada por Ana Catarina Mendes e poderá integrar elementos que atualmente não pertencem ao Secretariado Nacional deste partido.

Depois de Sérgio Sousa Pinto se ter demitido do Secretariado Nacional do PS em desacordo por os socialistas terem formado um executivo com suporte parlamentar do PCP e do Bloco de Esquerda, são agora também previsíveis as saídas deste órgão de direção de Fernando Rocha Andrade e de Jorge Gomes por ambos desempenharem pastas consideradas sensíveis no Governo.

Fernando Rocha Andrade é secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, e Jorge Gomes, que já se demitiu das funções de secretário nacional para a Organização do PS, é secretário de Estado da Administração Interna.

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Ana Catarina Mendes desempenha atualmente funções de vice-presidente no Grupo Parlamentar do PS e lidera também a Federação de Setúbal deste partido, cargo que também deverá abandonar por incompatibilidade com o exercício de funções executivas em órgãos nacionais.

Tal como a agência Lusa noticiou no passado dia 18, o líder do PS, António Costa, preparava-se para indicar Ana Catarina Mendes para as funções de secretária-geral adjunta logo após formar Governo e assumir o lugar de primeiro-ministro.

O cargo de secretário-geral adjunto do PS está previsto nos estatutos dos socialistas desde março de 2012 e foi proposto por uma direção liderada por António José Seguro.

No último congresso do PS, em novembro do ano passado, na Feira Internacional de Lisboa, António Costa anunciou na sua intervenção de abertura que, se fosse nomeado primeiro-ministro, iria propor a eleição de um secretário-geral adjunto que “assegure a vitalidade da vida do partido para além da ação governativa”.

Nesse seu discurso, António Costa disse perante os congressistas: “Gostaria de anunciar desde já que, uma vez nomeado primeiro-ministro, proporei à Comissão Nacional, como os estatutos preveem, a eleição de um secretário-geral adjunto”.

António Costa acrescentou então que era “fundamental” que a vida do partido prosseguisse “para além da ação governativa e que o partido não se volte, como já aconteceu muitas vezes, a estiolar no seu funcionamento, na sua vida, na sua participação democrática, quando está no exercício do poder”.

Ana Catarina Mendes assumiu as funções de diretora de campanha de António Costa nas eleições primárias que disputou com António José Seguro em setembro de 2014, é vice-presidente da bancada socialista e integrou a equipa negocial nas conversações com o Bloco de Esquerda, PCP e “Os Verdes” para a formação de um Governo alternativo ao da coligação PSD/CDS-PP.