Vários musicólogos e especialistas em órgão reúnem-se, a partir desta sexta-feira, em Mafra, em defesa do reconhecimento da arte organeira e de restauros adequados dos órgãos históricos.

“Como não existe legislação nem há uma entidade que se ocupe dos órgãos, não há uma classificação dos órgãos históricos e, consequentemente, um conjunto de normas que possam balizar o tipo de intervenções que se possa fazer. Ou seja, neste momento, qualquer pessoa pode mexer num instrumento, sem que seja punido por isso”, disse à Lusa o organista e investigador João Vaz.

João Vaz é um dos participantes do Simpósio Internacional do Órgão Histórico que decorre até domingo, no Palácio-Convento de Mafra, que, além das comunicações científicas, inclui concertos e apresentações de discos.

Segundo João Vaz, organista titular da igreja de S. Vicente de Fora, e que integrou a comissão científica do restauro dos seis órgãos da basílica de Mafra, “há muito património pelo país fora à espera de ser tocado e restaurado” de forma adequada.

Vinte anos depois do primeiro simpósio dedicado aos órgãos históricos, realizado após o primeiro grande restauro efetuado num órgão português, o da Igreja de São Vicente de Fora, em 1994, organistas e investigadores de música reúnem-se para debater medidas protecionistas para este património, assim como a necessidade de incluir o órgão histórico nos currículos dos estudantes de música.

“É preciso que, mesmo numa fase inicial do estudo, tenham contacto com o órgão histórico e conheçam as características específicas desse instrumento e o repertório que neles se pode tocar”, sublinhou João Vaz.

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