O mundo caminha para uma “catástrofe climática”, alertou hoje o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, ao abrir a semana ministerial da cimeira sobre o clima que visa conseguir até sexta-feira um acordo mundial contra o aquecimento global.

“O mundo espera mais de vós que meias medidas”, disse Ban aos delegados, apelando aos países para aceitarem a cada cinco anos uma avaliação do seu envolvimento ainda antes da entrada em vigor do futuro acordo, em 2010.

“As decisões que tomarem aqui em Paris far-se-ão sentir durante séculos”, sublinhou.

Segundo o secretário-geral das Nações Unidas, “o objetivo atual é o mínimo” e deve-se ter “a ambição de ir além”.

“É preciso assim que o acordo preveja ciclos de cinco anos, ainda antes de 2020, para que os Estados reanalisem os seus compromissos e os reforcem em função dos dados científicos disponíveis”, defendeu.

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O acordo deve “deixar claro ao setor privado que a transformação que nos dotará de uma economia mundial com baixas emissões (de gases com efeito de estufa) é inevitável, benéfica e já está em curso”, adiantou.

“Os países desenvolvidos devem aceitar desempenhar um papel motor e os países em desenvolvimento devem assumir uma parte crescente de responsabilidade, de acordo com as suas capacidades”, sublinhou.

“Fora das salas onde nos reunimos, em todo o mundo, exige-se um acordo universal e forte. (…) Temos a obrigação de ouvir estas vozes”, disse ainda Ban Ki-moon.

A cimeira do clima de Paris (COP21) aprovou no sábado um projeto de acordo para combater as alterações climáticas que será ultimado esta semana pelos ministros dos cerca de 200 países, para ser assinado a 11 de dezembro.