O novo Governo português reafirmou hoje o empenhamento na Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) e apresentará, em 2016, um nome para suceder ao diplomata moçambicano Murade Murargy na liderança do secretariado executivo.

A intenção foi expressa pelo novo ministro dos Negócios Estrangeiros português, Augusto Santos Silva, que concretizou hoje o seu primeiro ato público com uma visita à sede da CPLP, em Lisboa, onde se reuniu com Muragy e com os representantes dos nove estados membros da comunidade lusófona.

“É intencional, porque quis que a minha primeira visita fosse à sede da CPLP. É uma visita de cortesia, para assinalar, política e publicamente, o máximo empenhamento de Portugal no desenvolvimento dos laços que unem todos os Estados membros em torno da Língua Portuguesa na CPLP”, afirmou Santos Silva.

Saudando o trabalho de cooperação já feito pela própria CPLP, o novo chefe da diplomacia portuguesa lembrou que Portugal está a contribuir na elaboração, em curso, da nova visão estratégica da comunidade, processo que disse esperar estar concluído antes de março de 2016.

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“A nova visão estratégica significará um novo horizonte entre os Estados membros e para a afirmação da CPLP. Portugal tem estado empenhadíssimo e assim continuará a ser. (?). A nossa expectativa é a de que, no encontro ministerial de Lisboa, a 17 de março de 2016, se possa concluir esse trabalho, a tempo de poder ser apresentada aos chefes de Estado e de Governo na cimeira de julho, no Brasil”, disse.

Sobre a sucessão de Murade Murargy, que terminará em julho próximo o segundo mandato à frente do secretariado executivo, Santos Silva referiu que caberá a Portugal apresentar “um candidato ou candidata”, mas não avançou qualquer nome.

“Essa proposta será feita de forma a que o novo secretário-executivo esteja tanto à altura dos desafios que a CPLP enfrenta como à altura da qualidade dos secretários-executivos anteriores”, sublinhou, garantindo que a política externa portuguesa irá manter-se.

“A política externa portuguesa é do Estado português. Tem sido marcada pela continuidade. Todos os partidos políticos portugueses estão de acordo nos princípios e valores gerais que guiam a política externa. Há um grande consenso em termos das grandes linhas de atuação e a marca será a continuidade”, assegurou.

Sobre a questão dos Direitos Humanos no espaço lusófono, nomeadamente em Angola e na Guiné Equatorial, onde existem denúncias de violações, Santos Silva foi evasivo.

“Os Direitos Humanos são um dos valores constitutivos da CPLP e, como tal, todos os Estados Membro da CPLP se vinculam ao Estado de Direito, ao respeito pelos Direitos Humanos e à prática da democracia”, respondeu.