A organização extremista Estado Islâmico (EI) publicou no domingo uma música em chinês, num dos seus ‘sites’ na internet, a apelar aos seguidores do islão na China para que se sacrifiquem em prol da guerra santa.

O tema, intitulado ‘Nós Somos Mujahid’, contém frases como “Morrer no campo de batalha é o nosso sonho”, “Nenhum poder nos reterá” e “Pega nas armas e revolta-te”, integralmente cantadas em mandarim, a língua oficial da República Popular da China.

“É a primeira vez que o EI divulga uma música em chinês visando recrutar membros ou inspirar os seus seguidores”, afirmou um responsável do Instituto de Estudos da Ásia Central da Universidade de Lanzhou, citado pelo jornal oficial Global Times.

“Isto significa que a China, um país com experiência de ataques terroristas, enfrenta uma pressão crescente para combater o terrorismo”, disse Wu Shaozhong, um especialista em serviços de inteligência, citado pelo mesmo jornal.

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No mês passado, o EI disse ter assassinado um cidadão chinês, que foi identificado pela revista ‘jihadista’ em língua inglesa Dabiq como Fan Jinghui, um consultor de 50 anos, numa informação mais tarde confirmada por Pequim.

Na mesma semana, três executivos chineses morreram durante o ataque a um hotel de Bamako, no Mali, perpetuado pela mesma organização terrorista.

Em 2014, um total de 712 pessoas foram condenadas na China por terrorismo e atividades separatistas, segundo dados oficiais apresentados durante a Assembleia Nacional Popular chinesa, que se realiza todos os anos em março.

A maioria dos casos ocorreu no Xinjiang, região habitada pela minoria muçulmana uigur, no noroeste do país, mas houve também um atentado na Praça Tiananmen, em Pequim, e outro na estação ferroviária de Kunming, no sudoeste da China.

A China considera os separatistas de Xinjiang responsáveis pelos conflitos na região, entre a minoria uigur e a maioria han, predominante em cargos de poder político e empresarial regional. No entanto, peritos e grupos de defesa dos Direitos Humanos consideraram que a política repressiva de Pequim relativamente à cultura e religião dos uigures alimenta as tensões em Xinjiang.