O vice-presidente da Federação de Futebol de El Salvador, Hugo Carrillo, pediu na segunda-feira à Interpol uma investigação interna ao organismo “por envolvimento de alguns membros” no escândalo de corrupção da FIFA. A 3 de dezembro, o Departamento de Justiça norte-americano anunciou a existência de 16 novos acusados no âmbito do escândalo de corrupção da FIFA. Oito admitiram a sua implicação no caso.

Entre esta nova lista de 16 acusados figura o hondurenho Reynaldo Vazquez, que presidiu a uma comissão normalizadora da federação hondurenha entre 2009 e 2010. “Foi enviado à Interpol um pedido formal para que promova as investigações necessárias”, revelou aos jornalistas Hugo Carrillo, sem especificar quando foi formalizado o pedido.

No entanto, Hugo Carrillo acrescentou que foi também enviado um pedido à procuradoria das Honduras, uma forma de “dar mostras de transparência”. A federação hondurenha revelou ainda que o vice-presidente do organismo Juan Francisco Penate pediu uma licença por tempo indeterminado depois de ter sido também envolvido no escândalo da FIFA.

Um encontro em setembro de Penate com a Media World, empresa que negoceia direitos televisivos e que está sob investigação das autoridades norte-americanas, levou a que o dirigente se afastasse para não interferir nas averiguações.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

A FIFA foi abalada por um escândalo de corrupção em maio, a dois dias da reeleição de Joseph Blatter como presidente do organismo máximo do futebol mundial, num processo aberto pela justiça dos Estados Unidos e que levou à acusação de 14 dirigentes e ex-dirigentes.

No início de junho, Blatter apresentou a demissão, abrindo o caminho para novas eleições, que foram marcadas para 26 de fevereiro de 2016. A 25 de setembro, o Ministério Público suíço instaurou um processo criminal a Blatter, que foi interrogado na qualidade de arguido, por suspeita de gestão danosa, apropriação indevida de fundos e abuso de confiança.

A 8 de outubro, Blatter, o secretário-geral da FIFA, o francês Jérôme Valcke, e o presidente da UEFA, o também francês Michel Platini, foram suspensos provisoriamente por 90 dias pelo Comité de Ética da FIFA, por implicação no escândalo de corrupção que atingiu a instituição. Na base das suspensões estão os inquéritos que decorrem no próprio órgão da FIFA, ainda que vários outros responsáveis do organismo mundial estejam também a ser investigados pelas autoridades suíças e norte-americanas.