O secretário-geral do Tribunal Arbitral do Desporto (TAS), Matthieu Reeb, classificou como “relativamente excecional” o caso de Michel Platini, que está a ser hoje ouvido pelo organismo no âmbito do recurso contra a suspensão de 90 dias.

“O caso é relativamente excecional. Falamos de governação ao mais alto nível, é quase único”, afirmou Reeb, garantindo que “Platini, como parte envolvida, poderá usar da palavra”. Segundo o secretário-geral do TAS, a audiência de hoje, na qual Platini recorre da suspensão de 90 dias que lhe foi imposta pelo Comité de Ética da FIFA, “é excecional”, sobretudo por ser tratar de uma suspensão temporária.

“É uma audiência excecional no âmbito dos processos suspensivos. Normalmente, as decisões são tomadas com base em documentos escritos, mas como ambas as partes se disponibilizaram a estar presentes perante três juízes, que tomarão uma decisão no final da semana, organizámos esta audiência”, explicou.

Matthieu Reeb disse que os advogados de Michel Platini são os primeiros a argumentar, seguindo-se os da FIFA, iniciando-se depois um período de questões colocadas pelos três juízes.

O TAS deve decidir até sexta-feira sobre o levantamento ou a manutenção da suspensão provisória de Michel Platini, que está a ser investigado pelo recebimento de 1,8 milhões de euros em 2011 do presidente demissionário da FIFA, Joseph Blatter, para pagar um trabalho de aconselhamento realizado em 2002.

A suspensão, que termina a 05 de janeiro de 2016, afastou o antigo futebolista internacional francês da presidência da UEFA e mantêm suspenso o processo de candidatura às eleições para a presidência da FIFA, marcadas para 26 de janeiro.

Antes de entrar nas instalações do TAS em Lausana, na Suíça, Platini garantiu aos jornalistas que iria dizer apenas a verdade. “Não direi nada que já não vos tenha dito: direi a verdade, toda a verdade e nada mais que a verdade, juro”. Além de Michel Platini, o Comité de Ética suspendeu, a 08 de outubro deste ano, por implicação no escândalo de corrupção que atinge a instituição, Joseph Blatter e o secretário-geral da FIFA, o francês Jérôme Valcke.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR