Quando alguém entendido na matéria fala em futebol de bairro, os sentimentos são bons, o sorriso é a valer. Isso normalmente significa a pureza desse jogo de rua, duro, belo e empoeirado (ou com o alcatrão a saltar) como só ali pode ser. Os buracos na estrada ensinam o que muitos treinadores não conseguem. Ir ao chão é um suplício. E depois há artistas para todos os gostos: o jogador da bola a sério, o que não dá nas vistas, o que cospe para o chão e imita os que vê na televisão, o que não está ali para se chatear, o que fala muito, o meninos das cuecas, aquele que não defende e… o chico-esperto. Há sempre isto tudo.

Um dos movimentos clássicos desse último setor, o tal com ADN gozão, é o golo de cabeça em cima da linha (de joelhos). Seja na praia, na rua, na escola, esse move é quase irresistível quando a baliza está deserta. Ou não é? Há gargalhadas e azias, mas aquilo passa. O que é impensável é fazer isso a nível profissional. Mas o impensável aconteceu mesmo.

A história vem de França, num jogo a contar para os 64 avos-de-final da Taça de França. Concarneau e Chateaubriant lutavam por um lugar na ronda seguinte para defrontar o Rennes. A equipa da casa vencia por 1-0 já muito perto do final da partida. Em desespero, a equipa adversária colocou toda a sua equipa na outra área para um último suspiro, num canto. O que não acontece muito no futebol de 11, ao contrário do futsal, aconteceu nesse momento. Herman Koré seguia isolado, não se deixou cair por um encosto do guarda-redes, tocou a bola com a sola e… ajoelhou-se e empurrou de cabeça para a baliza. A seguir livrou-se de um pontapé do guarda-redes e instalou-se a confusão. O melhor é mesmo ver o golo que está a dar que falar em França:

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