O Governo moçambicano defende a construção de dois novos gasodutos, um de cerca de 300 quilómetros na província de Cabo Delgado, norte de Moçambique, ligando Pemba e Palma, e outro de mais de 2.600 quilómetros, entre Palma e Maputo.
A construção dos dois gasodutos faz parte do Plano Diretor do Gás Natural apresentado pelo Ministério dos Recursos Minerais e Energia, durante a Conferência Internacional sobre Cadeias de Valor das Indústrias do Gás, Grafite e Agrária, que decorre desde segunda-feira em Pemba.
“Também existe o objetivo de criar um gasoduto do norte a sul. Espera-se com isso que haja oportunidade de negócios para as pequenas e médias empresas localizadas ao longo da costa, por onde o gasoduto irá passar”, disse, durante a conferência, Natália Camba, do Ministério dos Recursos Minerais e Energia.
Camba afirmou que o desenvolvimento dos projetos de gás natural no país podem catalisar a indústria naval, tendo em conta que os projetos associados a este recurso serão dinamizados ao longo da costa da província de Cabo Delgado.
“A indústria naval pode ser melhor capitalizada com pequenos serviços que podem ser feitos por moçambicanos, em parceria com empresas estrangeiras. Outro aspeto que gostaria de realçar é o desenvolvimento do setor turístico”, declarou Natália Camba.
O plano diretor defende a capitalização das ligações entre a indústria de gás e outras áreas de atividade económica, incluindo a agricultura, como forma de se evitar “a maldição dos recursos”.
A província de Cabo Delgado detém uma das maiores reservas de gás natural do mundo, que serão usadas para a produção de Gás Natural Liquefeito (GNL) por dois consórcios liderados pelas multinacionais norte-americana Anadarko e pela italiana ENI, onde se inclui também a portuguesa Galp.
As petrolíferas estão na fase de conclusão dos acordos financeiros para a mobilização de recursos necessários à construção de unidades de processamento de GNL, mas os respetivos consórcios ainda não tomaram as decisões finais de investimento.