O Alto Comissariado da ONU para os Refugiados (ACR) apelou esta terça-feira à Jordânia para acolher 12.000 sírios que estão na sua fronteira numa situação humanitária difícil. “O ACR está profundamente preocupado com a situação de cerca de 12.000 pessoas que tentam fugir da Síria e estão bloqueadas em zonas remotas da fronteira com o nordeste da Jordânia, em condições humanitárias que se deterioram”, refere o organismo, em comunicado.

Cerca de 11.000 pessoas estão no ponto de passagem de Roqban, uma ‘terra de ninguém’ desértica, situada na zona onde encontram as fronteiras da Jordânia, Síria e Iraque, a mais de 500 quilómetros de Aman, precisou o organismo das Nações Unidas. Cerca de 1.000 outros refugiados estão à espera 90 quilómetros a oeste, no ponto de passagem de Hadalat.

O número de pessoas bloqueadas na fronteira com a Jordânia aumentou de 4.000 para 12.000 num mês, acrescenta a ACR, relacionando este afluxo com “a intensificação do conflito na Síria”. Segundo o Alto Comissariado, estes refugiados estão cada vez mais sujeitos a problemas como gastroenterite, infeções das vias respiratórias ou doenças de pele. E algumas mulheres tiveram os seus bebés “em condições insalubres e não higiénicas”, lamentou a ACR.

O organismo prevê que, “se os refugiados não forem aceites na Jordânia e se não lhes for disponibilizada uma assistência substancial, a sua vida estará em perigo” e defende que seja dada prioridade às mulheres grávidas e às crianças até aos seis anos.

Depois de ter aberto as suas portas a centenas de milhares de refugiados sírios no início do conflito, em 2011, a Jordânia restringiu o acesso ao seu território perante o avanço dos grupos ‘jihadistas’ na Síria. O Alto Comissariado da ONU estima que sejam cerca de 600.000 os refugiados sírios a viver na Jordânia, mas o Governo deste país afirma que o seu número é de 1,4 milhões, ou seja 20% da população do reino.

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