Luís Marques Mendes defende que todos os partidos tenham um representante no Conselho de Estado, já que mais do que para fazer deliberações, o órgão serve para “dar opinião” ao Presidente da República. E é mesmo isso que vai acontecer desta vez, segundo Mendes: PS indicará Manuel Alegre, Bloco de Esquerda e PCP terão cada um um nome, PSD manterá Francisco Pinto Balsemão e CDS terá um representante, mas não será Paulo Portas.

A Assembleia da República vai votar esta sexta-feira os cinco nomes que vão integrar o Conselho de Estado, sendo que cabe aos partidos apresentar as listas com os nomes para votação. Habitualmente a lista é fechada entre os dois maiores partidos, distribuindo-se os lugares por método de Hondt (três para um e dois para ouro), mas este ano a polémica instalou-se quando o PS admitiu fazer uma lista com a nova maioria de esquerda, e sem o PSD. Assim sendo, o PS cederá um lugar ao BE e outro ao PCP, ficando dois para a direita, onde o PSD também deverá dar um aos centristas.

Este domingo, no seu habitual espaço de comentário na SIC, Marques Mendes elogiou o cenário em que cada partido terá um representante e avançou com duas confirmações: o PS deverá manter Manuel Alegre, sendo que o BE e o PCP ficam com os restantes dois nomes. Do lado do PSD, mantém-se Pinto Balsemão, e na quota dos centristas deverá ser um dirigente “mas não o líder Paulo Portas”, disse, confirmando que a estratégia da direita, que se vai bater por eleições antecipadas junto do próximo Presidente, passa por manter os dois líderes fora do Conselho de Estado.

Em 2011 foi o PSD que ficou com três nomes, tendo indicado Pinto Balsemão, Marques Mendes e Luís Filipe Menezes. O PS ficou com dois e chamou Manuel Alegre e António José Seguro, tendo este sido depois substituído por Alfredo Bruto da Costa.

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Sobre o primeiro debate quinzenal com o primeiro-ministro, que vai decorrer no Parlamento na próxima quarta-feira, Marques Mendes sublinhou que se mantém a incógnita sobre se será Passos Coelho a questionar o Governo ou se, como tem feito até aqui, será o líder parlamentar Luís Montenegro a dar a cara. Na opinião do ex-líder social-democrata, deve ser Passos Coelho a questionar António Costa.

Porquê? “Porque se não for ele passa uma imagem de arrogância e de que ainda não digeriu a situação, e porque se não for não é coerente com o que disse na entrevista ao Público este sábado, de que será líder da oposição durante algum tempo”. Para Marques Mendes, Passos “não se deve sentir incomodado”, porque “se há algum incómodo é da parte de António Costa, que é primeiro-ministro sem ter ganho as eleições”.

Marques Mendes deixou ainda elogios à atuação do Governo na sua primeira semana em plenas funções, aplaudindo as reuniões da concertação social, assim como a ida de Mário Centeno ao Eurogrupo e as conclusões do Conselho de Ministro sobre a meta do défice abaixo dos 3%.