Nova reunião, nova ronda de negociações. O Governo socialista quer aumentar o salário mínimo nacional para 530 euros e foi isso que transmitiu aos parceiros sociais na primeira reunião de concertação social, na última quinta-feira. Esta terça, Governo, patrões e sindicatos voltam a encontrar-se para discutir o assunto e, para já, há apenas uma certeza: António Saraiva, patrão dos patrões, vai levar para a reunião uma contraproposta com um valor inferior a 530 euros.

Foi essa a vontade transmitida pelo presidente da Confederação Empresarial de Portugal (CIP), ao Observador. “Vamos levar o racional que seguimos, como base nos indicadores acordados, para justificar o valor a que chegámos e que é inferior ao valor proposto pelo Governo”. Ainda assim, António Saraiva prefere não adiantar o valor que vai ser proposto pela CIP.

Uma posição, de resto, anunciada ainda antes da primeira reunião. Nessa altura, já o patrão dos patrões explicava: “Já fizemos as contas. Com base nos indicadores de produtividade, crescimento da economia e inflação, que são facilmente demonstráveis e mensuráveis, encontramos um valor que é inferior aos 530 de que o Governo vem falando”. A posição da CIP mantém-se, por isso, inalterada.

João Vieira Lopes (CTP): “Está tudo em aberto”

Do lado da Confederação de Turismo Português (CTP), as conversações fazem-se ainda dentro de portas. Em declarações ao Observador, João Vieira Lopes, líder da CTP, reconhece que “está tudo em aberto” e que a Confederação vai ainda reunir-se esta segunda-feira para discutir o assunto. Mas não será fácil chegar a um valor, admite.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Isto porque, continua, há “setores dentro da CTP muito contraditórios”, alguns favoráveis ao aumento do salário mínimo nacional para o patamar proposto pelo Governo socialista, outros não. “É um processo muito complexo”, resume.

Mais do que encontrar um valor para o salário mínimo, a CTP vai procurar com esta reunião dentro de portas encontrar “uma base consensual” para levar para o encontro de terça-feira com o Governo socialista, assume João Vieira Lopes.