Um share máximo de 30,3%. Um pico de 1.5 milhões de espetadores. São estes os números que resumem as audiências da TVI durante a transmissão da primeira parte da entrevista a José Sócrates esta segunda-feira à noite. E o que é que estes dados revelam? Não se tratou de uma audiência esmagadora, mas foi o programa mais visto do dia nas televisões generalistas em sinal aberto.
Comparativamente, os números alcançados pela TVI durante a uma hora e quatro minutos que durou aquela que foi a primeira entrevista cara a cara com o ex-primeiro-ministro desde que este foi detido a 21 de novembro do ano passado, estão na ordem daqueles que Marcelo Rebelo de Sousa costumava ter todos os domingos à noite no seu comentário semanal. É uma comparação possível porque ambos os espaços são medidos dentro do programa em que estiveram inseridos, o telejornal da estação. Ou seja, quando Marcelo, antes da sua candidatura presidencial, falava com Judite de Sousa durante cerca de 40 minutos, as audiências eram medidas em relação ao total do Jornal das 8. O mesmo aconteceu segunda-feira, no direto entre José Alberto Carvalho e José Sócrates.
Ainda para se terem referências, é preciso dizer quem um jogo de futebol entre duas grandes equipas (Benfica-FC Porto, Benfica-Sporting, por exemplo), alcança facilmente entre 1,7 a 2 milhões de telespectadores e pode andar entre os 35 e os 40% de share.
É preciso ainda referir que o Jornal das 8 da TVI é líder habitual no seu horário. E que os picos de audiência de entrevista a Sócrates (que esta terça-feira terá a segunda parte (mas já gravada e não em direto), aconteceram quando a concorrência (SIC e RTP) tinha colocado fim aos seus noticiários e passado para a programação habitual de novelas.
Vale a pena contudo fazer uma legenda a estes números. A audiência de um programa de televisão é pura e simplesmente o número de telespectadores que viam o programa em causa. Já em relação ao rating é preciso explicar o termo televisivo: trata-se da percentagem da população portuguesa (o número usado é o de dez milhões) que vê esse programa (1% rating é igual a cem mil espectadores). Por fim o share, aplicado às televisões, também exige que se diga que é a quota de mercado de um programa, ou seja, do número de pessoas que estava a ver televisão (estamos sempre a falar de canal aberto e não do cabo) um determinado horário, qual a percentagem que optou por sintonizar o canal em que passava o programa analisado. É este o número a que as administrações dão mais atenção, uma vez que são os que contam para atrair publicidade.