Sábado
10h30: Villa Borghese
O percurso começa na Villa Borghese, o maior parque no centro de Roma (80 hectares) e um dos mais belos de entre as capitais europeias. Podemos optar por visitar os museus com uma reserva antecipada, como é o caso da famosa Galeria Borghese, ou percorrer as alamedas, quer a pé, quer de bicicleta (o aluguer é feito no local).
Para os cinéfilos, a Casa del Cinema, no Largo Marcello Mastroianni, oferece sessões matinais gratuitas. Se estiver a viajar com crianças, ofereça-lhes uma sessão, pois há uma sala de cine só para elas.
12h00: Da piazza di Spagna à fontana di Trevi
É tempo de rumar ao coração da cidade. A partir da Villa Borghese, nada melhor que descer a escadaria da Piazza di Spagna, sentar-se num dos degraus, e registar a sua presença numa selfie com a fontana della Barcaccia em pano de fundo.
Por esta altura estará já familiarizado com o registo turístico da capital italiana e não será surpreendido pela quantidade de pessoas aglomeradas junto à Fontana di Trevi. Seja como for, a fonte dita de Neptuno, merece a visita e o ritual: voltado de costas, atire uma moeda por cima do ombro esquerdo e imagine-se a regressar um dia a Roma, ao estilo de uma Anita Ekberg em La Dolce Vita de Frederico Fellini.
13h00: Panteão
Literalmente ao fim de cinco minutos, chegamos ao Panteão. Templo de todos os deuses, o edifício distingue-se pelo seu enorme domo, com uma altura e diâmetro de 43,3 metros. É preciso entrar nesta outra dimensão temporal e deixar-se encantar pela magia da luz proveniente do «oculus», um orifício no topo do edifício que deixa passar a luz natural, a única a entrar no templo.
Além da arquitetura singular, a presença do túmulo de Rafael confere notoriedade ao lugar. No exterior a visita prossegue, desta vez com um espetáculo saído diretamente das montras. As ruas que circundam o Panteão acumulam lojas únicas em todo o mundo, oferecendo a possibilidade de adquirir vestes eclesiásticas; sejam as meias púrpuras em tecidos luxuosos ou a alfaiataria sacerdotal com corte feito à medida. É uma verdadeira tentação para o olhar perder-se nas cores e no corte requintado do clero católico.
13h45: Bendito almoço
Duas ruas e três vielas depois e eis-nos no L’Eau Vive di Roma (via Monterone, 85, www.restaurant-eauvive.it). Fundado em 1969, este restaurante atípico é administrado por irmãs Carmelitas que se empenham em receber os clientes com uma hospitalidade que destoa da habitual pressa romana em libertar as mesas para novos clientes. Junte-se-lhe uma excelente relação qualidade-preço, uma escolha distinta de gastronomia francesa, várias salas e a simpatia de uma clientela heterogénea e temos os ingredientes necessários para a nossa eleição de almoço. Não deixe de falar em português com as irmãs, pois será compreendido, e aproveite para perguntar como chegar à nossa próxima etapa.
15h00: Santo António dei Portoghesi
A igreja de Sant’Antonio dei Portoghesi, na rua com o mesmo nome, surge diante de nós ao cabo de seiscentos metros. O exterior do edifício é bastante sóbrio e quase se confunde com a correnteza dos edifícios. É por isso com surpresa que entramos nesta igreja tão parecida com a homónima de Lisboa (junto à Sé Patriarcal). Lugar de paragem obrigatória para qualquer devoto de Santo António, a visita deverá ser feita cedo, pois o templo encerra às 16 horas.
16h00: Castelo de Sant’Angelo
Da via dei Portoghesi até ao Castelo de Sant’Angelo são pouco mais de dez minutos. É tempo de ter o primeiro contato com o rio Tibre e atravessá-lo numa ponte pedestre ornada por dez anjos realizados por alunos de Bernini (entre 1667 e 1669) respeitando os desenhos originais do mestre. O castelo ergue-se em frente e ostenta o peso da sua história: começou por ser o túmulo do Imperador Adriano, tornou-se residência nobiliária, depois, papal, servindo ainda de caserna e de prisão. É agora um museu com um terraço altaneiro aberto sobre Roma, que contempla uma vista única para o Vaticano.
17h30: Piazza Navona
Talvez as pernas comecem a reclamar descanso. Voltemos por isso à outra margem do Tibre, onde nos aguarda a mais sedutora praça de Roma. A piazza Navona deve o seu formato a uma pista de corridas romana, o Stadium de Domiciano, que ocupava o lugar no século I, com capacidade para 33 mil pessoas! Ao entrarmos no espaço, a sensação de serenidade é total, como se estivéssemos prestes a assistir a um espetáculo milenar absolutamente anacrónico: saltimbancos, caricaturistas e músicos ambulantes animam os turistas em torno de mais uma fonte com a assinatura de Bernini. As inúmeras esplanadas fecham a ronda, e têm todos os argumentos para um vermute e uma fatia de pizza.
19h30: Jantar no Trastevere
Com o cair da tarde e um agasalho, espera-nos a caminhada mais demorada, mas que não ultrapassa os 15 minutos, de fácil alcance depois do merecido repouso. Deixaremos serenamente para trás a confusão do trânsito da piazza Venezia, dos Museus Capitólios e do imponente Vittorio Emanuel II (um dos mais polémicos edifícios de Roma) e seguimos rumo, pela via di Ponte Sisto, ao mais badalado bairro de Roma: o Trastevere.
Aqui, o jantar é para ser demorado, apreciado e guardado na memória. Só pelo nome, vale a pena experimentar o Romolo nel Giardino di Raffaello e della Fornarina (Via Porta Settimiana 8; www.ristoranteromolo.it). Consta que esta era a casa de La Fornarina, a famosa amante e modelo do pintor renascentista Rafael. Fiel à sua história, é o restaurante ideal para uma refeição romântica. A ementa inclui especialidades romanas como mozzarela alla Fornarina e cervella e carciofi (mioleira e alcachofras).
23h00: à noite vinho e grappa
Depois do jantar, pode explorar a animação noturna do Trastevere ou regressar ao hotel a pé. Se estiver hospedado perto da piazza Navona (por exemplo, no campo dei Fiori’ Boutique, www.hotelcampodefiori.com, via del Biscione, 6), poderá ficar à conversa no Cul de Sac, uma das enotecas mais antigas da cidade (piazza di Pasquino, 73). A acompanhar uma excelente seleção de vinhos, experimente as tábuas de queijos ou os fumados e, por que não, uma boa grappa.
Domingo:
8h00: Café Expresso
A seis minutos a pé da piazza Navona, espera-nos a cafetaria Tazza d’Oro, na via degli Orfani (n.º 82, 84, junto ao Panteão). O estabelecimento tem a fama de servir o melhor café expresso de Roma. Mesmo que seja só fama, vale a pena visitar o espaço que oferece os mais variados tipos de cafés, além de artigos indispensáveis para os amantes dos grãos torrados. O aroma que se sente desde a rua é inesquecível.
9h00: Vaticano
Com a cafeína ingerida, estamos prontos para enfrentar as filas caóticas à entrada dos museus Vaticanos. Alguns dos tesouros mais bem guardados de Roma, e em certa medida do mundo, encontram-se aqui, como a joia do Renascimento que é a Capela Sistina. Meia hora a pé, pela ponte Vittorio Emanuele II, e a monumental Praça de São Pedro, a culminar na majestosa Basílica, ergue-se diante si. Não volte as costas ao Vaticano sem entrar e sentir a presença da pietà.
13h00: Coliseu, Fórum e Palatino
Talvez deixe Roma sem ver o Papa, mas ainda vai a tempo de atravessar novamente o Tibre e rumar à majestosa via Fori Imperial, para ver surgir diante de si o Coliseu. A fachada do Colosseo eleva-se a 50 metros de altura e domina todo o eixo da Roma Antiga que se espraia no Fórum, que viu a cidade nascer. É possível observar-se toda a área a partir do Campidoglio. Por sua vez, o vizinho Monte Palatino, coberto de relva e pinheiros, é um dos lugares mais encantados da cidade. Reza a história que foram aqui criados, numa caverna, os lendários Rómulo e Remo, amamentados por uma loba.
14h30: Almoço com vista sobre o passado
Depois de tantas horas em pé, o melhor é parar para um almoço à romana no local. No Luzzi (via san Giovanni in Laterano, 88), o serviço não é o mais amistoso mas a conta é quase tão leve quanto a massa das deliciosas pizzas e a vista sobre a Roma clássica é incomparável. Refeitos, seguiremos para o último ponto da nossa visita. Via Celio Vibena, via di San Gregorio, via dei Cerchi, e chegamos à piazza della Boca della Verità.
16h30: A hora da verdade
A Bocca della Verità encontra-se no belo pórtico da igreja Santa Maria in Cosmedin. Este rosto esculpido poderá ter sido um ralo, anterior ao século IV antes de Cristo. Reza a lenda medieval que a boca rapidamente se fecharia sobre a mão de quem contasse mentiras. Era prática comum dos maridos mais desconfiados colocarem aqui à prova a fidelidade das suas mulheres. Talvez não se adeqúe aos nossos tempos, mas só quem nunca tenha mentido será capaz de colocar a mão na boca de pedra sem um certo arrepio.
18h00: Venchi Cioccogelateria – Aeroporto de Fimucino
Para dizer a verdade até no aeroporto de Roma se pode encontrar algo especial: Venchi Cioccogelateria. É este o nome da choco-gelataria que lhe permitirá trazer deste passeio um pouco de Roma e, quem sabe, experimentar no conforto de casa um sabor que dá vontade de voltar.
* O Guia Roma tem o apoio de Millennium BCP.