Tribunal da Comarca de Coimbra decretou a insolvência da Coimbra Editora, fundada em 1920, bem como da sua participada Livraria Jurídica, disse à agência Lusa o administrador da insolvência. O administrador da insolvência das duas empresas, Manuel Bacalhau, informou que foi declarada a 19 de novembro a insolvência da Coimbra Editora, com 95 anos de existência, e a 10 de dezembro a insolvência da Livraria Jurídica, do mesmo grupo.

Face à declaração de insolvência por parte do Tribunal da Comarca de Coimbra, “16 trabalhadores” já foram dispensados da Coimbra Editora, afirmou à agência Lusa o responsável do Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Energia e Atividades do Ambiente (SITE).

Segundo o administrador Manuel Bacalhau, a insolvência surgiu depois da reprovação do Plano Especial de Revitalização das duas empresas, sendo que o próprio administrador deu o seu parecer no sentido de se declararem as duas empresas como insolventes.

No entanto, pode ser ainda apresentado “um plano de recuperação dentro do processo de insolvência”, sendo também uma das hipóteses presentes em cima da mesa a venda da empresa – uma opção mais vantajosa para os credores do que a venda “do património fracionado”, explanou. Ou seja, “não quer dizer que a empresa vá encerrar definitivamente”, sublinhou.

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A decisão quanto ao futuro das duas empresas será conhecida depois das duas assembleias de credores marcadas para janeiro. A 21 de janeiro, realiza-se a assembleia de credores da Coimbra Editora e, a 26 do mesmo mês realiza-se a assembleia de credores da Livraria Jurídica. Entre os credores das duas empresas, estão editoras, bancos, trabalhadores, a Universidade de Coimbra e a Fundação Calouste Gulbenkian, entre outros.

A 17 de novembro, os trabalhadores da Coimbra Editora cumpriram um dia de greve, reivindicado dois meses de salário em atraso e subsídios de férias e de natal de 2012, 2013 e 2014. Na altura, a administração da empresa informou a Lusa, num comunicado, que a empresa se via “confrontada com desequilíbrios económicos e financeiros”, mas que mantinha a esperança de “ser ainda possível alcançar o acordo desejado e retomar, com sucesso, a atividade editorial”.

Um dos administradores da Coimbra Editora, João Salgado, está acusado pelo Ministério Público de um crime de recebimento indevido, no âmbito do caso de aquisição de “vistos ‘gold'”.