O candidato presidencial Henrique Neto recusou, para já, expressar apoio a qualquer outro candidato numa eventual segunda volta, assegurando que no que depender dele Marcelo Rebelo de Sousa não será eleito.
À margem de um almoço com empresários em Lisboa organizado pela Associação Industrial Portuguesa e pela Confederação Empresarial de Portugal, Henrique Neto foi questionado pelos jornalistas se apoiaria o candidato da esquerda que passasse a uma segunda volta nas eleições presidenciais e foi perentório ao responder que não.
“Não me estou a ver neste momento, não tenho nenhuma determinação em apoiar qualquer outro candidato porque, neste momento, apoio-me a mim próprio, estou na candidatura para isso e não antevejo qualquer outra solução”, disse.
Interrogado se prefere não apoiar nenhum candidato da esquerda numa segunda volta e poder deixar Marcelo Rebelo de Sousa vencer, Henrique Neto assegurou que naquilo que depender dele “o candidato Marcelo Rebelo de Sousa não será eleito”, mas que “isso dependerá dos portugueses”.
O candidato a Belém considera ser aquele que está melhor preparado para esta fase do país, em que existe um “certo bloqueio político, institucional, em que o país empobrece todos os dias e não se vê solução à vista”.
“Acho que precisamos de um candidato que tenha a experiência, a sabedoria, tenha estudado os problemas, tenha dito quais são as soluções e tenha convicções. Por isso, não creio que me sinta motivado para votar em qualquer outro”, enfatizou.
Hoje, depois de entregar as assinaturas no Tribunal Constitucional, a candidata presidencial Marisa Matias defendeu que, numa eventual segunda volta das eleições presidenciais, todos os candidatos ou candidatas de esquerda devem unir-se para derrotar a “candidatura da direita”.
Sobre o regresso da ‘troika’ a Portugal, depois das presidenciais, para uma avaliação sobre a situação das finanças públicas portuguesas, Henrique Neto considerou “normal”, defendendo que “a festa que existiu sobre a saída da ‘troika’ não tinha grande razão de ser”.
“Por um lado, porque a ‘troika’ tinha obrigado Portugal a fazer algumas coisas que tinha que fazer em qualquer dos casos e, por outro, apesar de se ir embora nós sabemos que continuamos tão dependentes do sistema financeiro mundial e tão dependentes do problema da dívida como estávamos antes da ‘troika’ sair. Ela voltar durante algum tempo é perfeitamente normal”, concretizou.
Concretamente sobre o setor empresarial e o contributo que um Presidente da República pode dar, o empresário defendeu que o chefe de Estado “pode ter ideias claras sobre qual é a direção do processo de desenvolvimento do país e, com persuasão e pedagogia, tentar convencer o Governo da melhor direção para o desenvolvimento do país”.
Para Henrique Neto, é preciso ter em Belém “um Presidente da República cujo único critério é o interesse nacional”, considerando que um chefe de Estado “não pode sobreviver sem o apoio dos portugueses” e por isso “tem que ser popular sem ser populista”.