Tem 17 anos, chama-se Andrés de V. F. e pertence à Mocidade Granate, uma claque ultra do Pontevedra, com ligações ao hooliganismo – “mas que não é excessivamente violenta”, garantem fontes judiciais ouvidas pelo El País. Consumia canábis até há dois meses, altura em que deixou a droga, passando a estar medicado com calmantes.

A sua avó era da mesma família do sogro de Mariano Rajoy, o primeiro-ministro espanhol que o jovem agrediu com um soco (ou puñetazo, como os espanhóis lhe chamam). A relação de parentesco entre os dois (sogro de Mariano Rajoy e avó do agressor), contudo, não é direta: e os dois já morreram.

É este o perfil do jovem que esta quarta-feira agrediu o primeiro-ministro espanhol, Mariano Rajoy, quando o líder do Partido Popular se encontrava em plena ação de campanha, em Pontevedra. O momento pode ser visto abaixo:

Após a agressão, Andrés de V. F. foi imediatamente detido pelas autoridades. Segundo fontes policiais, ouvidas pela publicação espanhola, o jovem de 17 anos ficou eufórico e satisfeito com a sua ação: “Estou muito contente por o ter feito”, terá dito. “Insistia que estava muito contente e que o voltaria a fazer”, afirmam as mesmas fontes, que garantiram ainda que o jovem não tinha antecedentes criminais.

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Depois da detenção, Andrés de V. F. foi transportado até a uma esquadra próxima, onde foi interrogado. Aí, disse que bateu em Mariano Rajoy porque este “tinha dois ordenados”. E à saída da esquadra tinha um pequeno grupo de apoiantes – a quem saudou com um sorriso, e de polegar levantado.

Entretanto ouvido pelo juiz de instrução, Andrés foi enviado para um centro de detenção de menores, em regime fechado. A decisão foi tomada pelo juiz de Pontevedra e confirmada pelo Tribunal Superior de Justiça da Galiza. Caso fosse maior de idade, o jovem poderia apanhar uma pena até 6 anos de prisão. Como não é, aplicar-se-á a lei de responsabilidade penal para os cidadãos espanhóis menores de idade, pelo que a pena era variável: podia ser integrado num centro de reinserção, podia ficar em liberdade vigiada ou podia ser obrigado a prestar serviço comunitário. O juiz optou pela primeira via.

Vários candidatos reagiram à agressão, segundo relata o El País. O candidato do Podemos, Pablo Iglesias, enviou uma mensagem ao PM espanhol, para se inteirar do seu estado físico. O líder do Partido Socialista espanhol, Pedro Sánchez, condenou a agressão, transmitido também a Rajoy a sua “solidariedade” perante o sucedido. Albert Rivera, líder do Ciudadanos, também o fez: sublinhando que “não há nenhuma justificação para nenhum tipo de violência”. E o candidato da Esquerda Unida, Alberto Garzón, foi ainda mais longe: “O incidente de hoje é uma tremenda barbaridade, não tem lugar numa sociedade democrática e madura”, sublinhou. E até dos Reis veio a condenação do ato.

Texto atualizado com a medida de coação aplicada pelo juiz às 21:06