A Ordem dos Médicos dentistas vai delinear um projeto-piloto para a integração de consultas de saúde oral nos cuidados de saúde primários, que será apresentado ao Ministério da Saúde “o mais breve possível”.

A informação foi divulgada pela OMD, na sequência do anúncio feito na quarta-feira pelo secretário de Estado Adjunto e da Saúde de pretender integrar médicos dentistas em centros de saúde e unidades de saúde familiar.

Para esta iniciativa, que a OMD “saúda”, está prevista a assinatura de um memorando de acordo entre a ordem profissional e a tutela até ao final do mês de janeiro.

O projeto-piloto deverá elencar e avaliar regiões preferenciais, carteira de tratamentos básicos, cedência de instalações, fornecimentos de equipamentos e mecanismos de controlo, esclareceu a OMD em comunicado.

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Orlando Monteiro da Silva, bastonário da ordem, lembra que há muito que a Ordem denuncia a ausência de cuidados de saúde oral no Serviço Nacional de Saúde (SNS).

“É uma lacuna que dura desde que o SNS foi criado, em 1979, e que até aqui nunca foi suprimida. Existe ainda em Portugal uma visão, profundamente errada, que separa a saúde oral da saúde no seu todo e acarreta enormes custos para as pessoas, mas também para o Estado. Por isso, saudamos esta iniciativa, da autoria do ministro Adalberto Campos Fernandes e sua equipa, que, a concretizar-se, será um marco fundamental para a medicina dentária portuguesa e saúde oral dos portugueses”, afirmou.

O projeto-piloto que a OMD vai elaborar inclui um plano de ação que terá de ir ao encontro do conceito definido pelo Ministério da Saúde, que propõe uma noção de saúde pública que assegure a promoção da saúde oral.

Orlando Monteiro da Silva mostra-se satisfeito com a continuação do Programa Nacional de Saúde Oral, conhecido como “cheque-dentista”, um “programa com resultados efetivos muito positivos, sobretudo entre as crianças” e populações mais carenciadas, mas que “é necessário alargar para dar resposta a toda a população”.