A UE decidiu prolongar por mais seis meses as sanções económicas à Rússia, devido à implicação de Moscovo na crise no leste da Ucrânia, disseram fontes comunitárias.

Os embaixadores dos 28 Estados-membros concordaram prolongar as sanções que terminavam a 31 de janeiro.

A decisão vai ser ratificada oficialmente pelo Conselho da União Europeia na próxima segunda-feira, através de um procedimento escrito, indicaram as fontes à agência noticiosa espanhola EFE.

O presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, tinha proposto que os embaixadores comunitários adotassem esta medida, e por isso não foi debatida na cimeira de líderes, que hoje terminou em Bruxelas.

Em março passado, o Conselho Europeu decidiu que a suspensão das sanções estaria dependente da plena aplicação dos acordos de paz de Minsk, entre Kiev e os rebeldes pró-russos que controlam o leste do país.

Estes acordos incluem um cessar-fogo, a retirada do armamento pesado e a devolução da gestão da fronteira leste às autoridades de Kiev.

Fontes diplomáticas disseram que caso a avaliação da situação na Ucrânia seja positiva, por ocasião da próxima cimeira europeia, em março, os 28 poderão decidir retirar as sanções. O primeiro prolongamento das sanções foi decidido em junho passado.

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Estas medidas europeias, impostas a Moscovo em julho do ano passado, afetam os mercados de capitais, defesa, produtos de tecnologias sensíveis que podem ser usados militarmente ou não.

As sanções proíbem particulares ou entidades europeias de comprar ou vender obrigações, ações ou instrumentos financeiros semelhantes com um vencimento superior a 30 dias e que tenham sido emitidos por cinco bancos estatais russos – Sberbank, VTB Bank, Gazprombank, Vnesheconombank (VEB) e Rosselkhozbank -, pelas filiais fora da UE ou quem atue em seu nome ou sob o seu controlo.

O mesmo princípio será aplicado a obrigações ou ações emitidas pelas três principais companhias energéticas e três grandes empresas de defesa russas.

As medidas impõem também um embargo à importação e exportação de armas e material da e para a Rússia, bem como a proibição de exportação de bens de uso civil ou militar.

As exportações para a Rússia de alguns equipamentos tecnológicos precisam de aprovação prévia das autoridades competentes dos Estados comunitários.

As licenças de exportação serão recusadas caso os equipamentos sirvam para exploração e extração de petróleo em águas profundas ou no Ártico, ou para projetos de produção de petróleo de xisto na Rússia.