O El País chama-lhe a “maldição de ser Darth Vader” e não é muito difícil de compreender o porquê. Se a pergunta mais repetida nos últimos dias é “Onde está Luke Skywalker?”, há ainda uma outra questão que se impõe. Pode não estar na ponta da língua de todos os fãs da saga Star Wars, é certo, mas não deixa de ser pertinente: o que é feito de Hayden Christensen, o ator promissor que deu vida à personagem Darth Vader nos episódios II e III?

Christensen interpretou o papel que muitos queriam e apenas ele conseguiu — talvez um dos trabalhos mais aguardados de então. Nessa longa fila de candidatos a colocar o mítico capacete estavam atores de renome, como Leonardo DiCaprio, Christian Bale ou Joshua Jackson. Mas terão sido os olhos azuis que ajudaram a convencer tanto George Lucas como a responsável pelo casting da trilogia, Robin Gurland, ela que defendeu haver “algo muito interessante” por detrás da aparência de Hayden. “É um ator incrivelmente sedutor e intrigante.”

No entanto, Gurland terá sido uma das poucas pessoas a pensar assim, com a crítica tecer reviews negativas à performance de Christensen enquanto Anakin Skywalker e, depois, Darth Vader. É o El País que recorda as críticas desde logo feitas ao Ataque dos Clones, de 2002. Enquanto o Los Angeles Times dava conta da “formidável falta de química” entre o ator canadiano e Natalie Portman, que então fazia de Padmé Amidala, o New York Times escrevia que ambos eram “tímidos, rígidos e inseguros” — ainda hoje é relativamente fácil encontrar relatos duros à performance do ator. A isso acrescenta-se o facto de Christensen ter recebido dois Razzies, o anti-Óscar, na categoria de pior ator secundário.

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O papel de uma vida chegou-lhe cedo, tinha ele 24 anos. Mas em vez de funcionar na forma de uma catapulta para o estrelato e uma carreira invejável, a oportunidade esmoreceu com o fim da trilogia. Enquanto Natalie Portman encaminhou-se no sentido na estatueta dourada — ganhou um Óscar de melhor atriz pela sua interpretação em Cisne Negro –, o filme mais memorável pós-Vader de Hayden foi o de ação e ficção Jumper, de 2006.

Foi precisamente nessa longa-metragem que o ator conheceu a atual mulher, a atriz Rachel Bilson — atualmente, ambos são pais de uma menina de dois anos. E se a Harden seguiram-se pequenos papéis, a carreira de Bilson parece ter tido um percurso algo semelhante: a série The O.C deu-lhe a fama, mas o proveito ficou por explorar no grande ecrã. Nada que o pareça intimidar, uma vez que, com o tempo, Christensen soube reinventar-se.

Em tempos recentes, o casal decidiu vender a mansão que tinha em Los Angeles, nos EUA, por dois milhões e meio de dólares para adquirir uma quinta em Toronto, no Canadá. A isso soma-se a linha de roupa que Christensen lançou no final de 2013 em conjunto com a empresa canadiana RW & CO.

Este não foi o único ator a procurar carreira atrás da câmara — o mesmo aconteceu com Mark Hamill (Luke Skywalker) e Carrie Fisher (Princesa Leia), que nunca mais conseguiram desligar-se dos seus papéis na saga Star Wars.