As negociações comerciais entre Moscovo, Bruxelas e Kiev falharam, a alguns dias da entrada em vigor do acordo de comércio livre entre a União Europeia (UE) e a Ucrânia, anunciou a comissária europeia para o Comércio, Cecilia Malmstrom.

“Não houve acordo, por isso este exercício terminou. (…) Não haverá mais negociações tripartidas deste tipo”, afirmou Malmstrom após uma reunião de última oportunidade com o ministro dos Negócios Estrangeiros ucraniano, Pavlo Klimkine, e o ministro da Economia russo, Alexei Uliukaiev.

“Estávamos muito perto de encontrar algumas soluções, mas hoje não houve flexibilidade suficiente do lado russo”, adiantou a comissária europeia.

Moscovo tem lutado contra o acordo de comércio livre entre a UE e a Ucrânia, que entrará em vigor a 01 de janeiro, considerando que vai afastar Kiev da sua influência e que será prejudicial para a sua economia.

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Os europeus organizaram desde novembro de 2013 duas dezenas de reuniões com a Rússia e a Ucrânia na esperança de acalmar os receios de Moscovo e de encontrar soluções.

Moscovo ameaçou alargar à Ucrânia a 01 de janeiro o embargo aplicado aos países ocidentais que sancionam a Rússia pelo seu envolvimento na crise ucraniana se não chegasse a acordo com ambos sobre a aplicação do contrato entre eles.

Na quarta-feira, o presidente russo, Vladimir Putin, decretou a suspensão do contrato de comércio livre com a Ucrânia a partir de 01 de janeiro, devido a circunstâncias que prejudicam os interesses e a segurança económica da Federação da Rússia”.

A recusa do ex-presidente ucraniano Viktor Ianukovich em assinar o acordo com a UE no final de 2013 esteve na origem do movimento de contestação pró-ocidental de Kiev que levou à sua queda e fuga para a Rússia.

A chegada ao poder dos pró-ocidentais foi seguida pela anexação da Crimeia pela Rússia e pelo conflito com os separatistas pró-russos no leste da Ucrânia, que já causou mais de 9.000 mortos.