O número de organizações ambientais caiu em 2014, refletindo “alguma indiferença” da sociedade civil relativamente a questões do ambiente, a que se junta o decréscimo de ações de prevenção do instituto de conservação da natureza, revela o INE.

Nas Estatísticas do Ambiente para 2014 hoje divulgadas pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), é referido que, naquele ano, a diminuição das ações de silvicultura preventiva da responsabilidade do Instituto de Conservação da Natureza e Floresta (ICNF) e da Direção Regional de Florestas da Madeira caiu 10% relativamente ao ano anterior.

Diminuiu igualmente o efetivo de sapadores florestais (75 elementos) e de elementos militares e civis do Serviço da Proteção da Natureza e Ambiente (SEPNA) da GNR.

Em 2014, havia menos 2% de organizações ambientais registadas em Portugal, uma tendência verificada desde 2010.

Assim, estavam registadas em Portugal 57 organizações e seis verificadores EMAS (Sistema Comunitário de Ecogestão e Auditoria), ou seja, auditores acreditados para certificar instrumentos ambientais.

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Também a quantidade de atividades desenvolvidas pelas Organizações Não Governamentais de Ambiente (ONGA) desceram para 12.075 quando em 2013 tinham atingido as 22.098.

“Este decréscimo deveu-se, em parte, à não renovação do estatuto de ONGA e Equiparadas a uma das associações que em 2013 assegurou 56% do total das atividades”, explica o INE, sem avançar qual é a entidade.

O número de pessoas ao serviço das ONGA também diminuiu, mas ligeiramente (0,4%).

No setor dos bens e serviços de ambiente, o INE dá conta de um aumento do pessoal ao serviço, de 3,3%, mas quando a comparação é com 2010, conclui-se que há menos 2.000 empregados.

O trabalho do INE refere ainda que o perigo de incêndios florestais desceu em 2014 para 37,5% da área do continente com nível alto a muito alto, quando um ano antes era de 43,7%, devido às condições climatéricas.

O número de incêndios e a área ardida “foram os mais baixos dos últimos cinco anos”, salienta o INE, explicando que esta situação justifica o decréscimo de 10% da despesa da Administração Pública na “Proteção da qualidade do ar e clima”.

Também a participação dos Corpos de Bombeiros no combate a incêndios florestais diminuiu mais de metade, ou seja, 58,5%, para 3.414 ocorrências.