O governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão, declarou esta quarta-feira o estado de emergência nos cuidados de saúde estaduais. Muitos hospitais da região estão com graves dificuldades financeiras e sem materiais médicos e medicamentos para prestar os serviços de saúde aos seus cidadãos.

Com o estado de emergência, Luiz Fernando Pezão, governador do estado, pretende acelerar a ajuda prestada pelo governo brasileiro, na canalização de fundos e materiais que façam os hospitais regressar ao seu funcionamento pleno. O governador espera ter os hospitais em funcionamento normal já esta quinta-feira, dia 24 de dezembro, e pretende para já assegurar o normal funcionamento dos hospitais do Rio no mínimo até ao dia 15 de janeiro de 2016.

Entretanto, foi já criado um gabinete de crise pelo governo brasileiro, que inclui a presidente do Brasil, Dilma Rousseff, o ministro da Saúde e da Fazenda brasileiro, o presidente da Caixa Económica Federal e o presidente do Banco do Brasil. Os quatro estiveram reunidos esta quarta-feira para discutir a crise de serviços médicos no Rio de Janeiro, e o governador do estado, Luiz Fernando Pezão, juntou-se-lhes, através de videoconferência.

Quanto aos fundos regionais, esses estão esgotados, esclarece o governador do estado brasileiro: “Eu não tenho dinheiro em caixa. O que eu tenho estou a pagar à saúde. É a minha prioridade. (…) Meu compromisso era pagar aos funcionários do estado, arranjar a solução que nós arranjamos para os 40% que faltavam do 13º salário e todo o dinheiro que entrar até o final do ano vou destinar à saúde”, disse Pezão, que lamentou ainda a situação, pedindo desculpa à população do Rio:

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“Peço desculpas à população do Rio de Janeiro. Tenho esperança que amanhã já estaremos com a situação melhor”, afirmou o governador, em declarações citadas pelo G1.

São várias as unidades de saúde que se encontram praticamente desativadas neste momento, no Rio de Janeiro, segundo o G1. Os casos mais graves são os do hospital Albert Schweizer (situado no bairro Realengo), do hospital Getúlio Vargas (situado no bairro da Penha) e do hospital Adão Pereira Nunes (localizado na cidade Duque de Caxias).

No hospital Getúlio Vargas, que ficou sem serviço de emergência ativo, foi colocada uma informação na fachada do edifício, explicando que a unidade de saúde só prestaria cuidados médicos aos pacientes que se encontrassem em risco de morte iminente:

Uma pessoa morreu mesmo à porta deste hospital, durante a noite desta terça-feira. A sua sobrinha, Maria Benedita de Oliveira, culpa o hospital pelo sucedido, afirmando que este não foi devidamente atendido, e que faltavam medicamentos para o tratar. Os responsáveis do hospital, por sua vez, alegam que o doente chegou à unidade hospitalar já morto, e nada puderam fazer.

Outro dos hospitais afetados pela falta de materiais e verbas é a unidade hospitalar pública Mario Kroeff, situada no bairro da Penha. A principal especialidade do hospital é o tratamento de doentes oncológicos e, segundo o G1, há pacientes que se deslocam ao hospital para fazer tratamentos de quimioterapia que se depararam com os serviços desativados.