A Síria está “preparada para participar” nas discussões para a paz, que deverão decorrer em janeiro sob a égide da ONU em Genebra, com vista a acabar com a guerra civil, anunciou hoje o ministro dos Negócios Estrangeiros sírio.

“A Síria está preparada para participar no diálogo de Genebra inter-sírio, sem qualquer interferência estrangeira”, esperando que isso ajude a formar “um governo de união nacional”, afirmou, em Pequim, Walid Mualem, durante uma conferência de imprensa, após um encontro com o seu homólogo chinês, Wang Yi.

Novas negociações de paz para a Síria vão realizar-se em Genebra, provavelmente em finais de janeiro, disse esta semana o diretor-geral da ONU Michael Moller.

O Conselho de Segurança da ONU aprovou, na sexta-feira, uma resolução para lançar novamente negociações diplomáticas e pôr fim à guerra.

Com o apoio dos Estados Unidos e da Rússia, o plano aprovado pelo Conselho de Segurança da ONU pretende instalar um cessar-fogo na Síria, possivelmente em janeiro.

A guerra civil, que começou na Síria em março de 2011, já causou mais de um quarto de milhão de mortos, obrigou quase metade da população a deslocar-se e destruiu o tecido económico do país.

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Desde 2011, qualquer projeto de resolução nessa instância era bloqueado pela Rússia, o principal aliado do regime de Bashar al-Assad.

A primeira tentativa de negociações, com várias rondas celebradas em Genebra no início do ano passado, terminou sem êxito.

Além de promover, como ponto mais urgente, o início de negociações entre delegações do regime e da oposição, política e armada, a resolução aprovada retoma a ideia de criação de um governo de transição. Esta ideia tinha sido definida em meados de 2012, mas nunca foi posta em prática.

O governo de transição deveria entrar em funções no prazo de seis meses e estabeleceria as bases para a realização de eleições nos 18 meses seguintes ao reinício do processo de negociações.

Este processo depara com muitas dificuldades uma vez que a oposição recusa qualquer transição com Al-Assad no poder. Por seu lado, o presidente da Síria recusa qualquer proposta que signifique abandonar o poder.