Os carros elétricos não são uma verdadeira ameaça ao domínio dos motores movidos a combustíveis fósseis. Esta é, pelo menos, a opinião da Organização de Países Exportadores de Petróleo (OPEP), que num relatório recente aposta que no ano de 2040 cerca de 94% dos automóveis rodarão graças à combustão de derivados de petróleo.

“A menos que haja uma grande evolução tecnológica, os veículos movidos a baterias elétricas não deverão conquistar uma quota de mercado significativa no futuro previsível”, pode ler-se no relatório anual do cartel petrolífero citado pela CNN Money. A OPEP diz que os carros elétricos terão muitas dificuldades em ganhar maior proeminência no mercado devido aos custos elevados da tecnologia e a falta de estações de recarga.

Para os cálculos da OPEP, os veículos híbridos – que deverão ter 14% do mercado em 2040 – contam como veículos movidos à base de combustíveis, porque estes carros juntam a locomoção a eletricidade mas, também, a produtos como a gasolina.

Nas previsões da OPEP, que depende da procura petrolífera para preservar as receitas dos seus membros, mesmo que os carros elétricos se tornem mais eficientes e houver um aumento das vendas, isso não impedirá uma subida do consumo de petróleo – porque a OPEP estima uma duplicação do número de carros na estrada nos próximos 25 anos.

O alerta do cartel não parece ter sido levado muito a sério nas bolsas esta semana, já que as ações da Tesla não esboçaram uma reação discernível. A Tesla, liderada por Elon Musk, é uma empresa que tem procurado estar na vanguarda da investigação em torno dos veículos movidos a energia mais sustentável. Não há, no relatório anual da OPEP, referências significativas ao acordo COP21 para a proteção ambiental, que prevê uma redução da emissão de gases de efeito estufa e chegar à “descarbonização” até 2070.

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