A candidata presidencial Marisa Matias defendeu um investimento direto e concreto no Serviço Nacional de Saúde (SNS), lembrando que o corte no setor é equivalente ao dinheiro gasto num dia no Banif.

“Não pode ser admissível um discurso vazio em termos dos direitos, precisamos de um investimento direto e concreto no SNS para evitar que situações destas continuem a acontecer”, afirmou Marisa Matias, em declarações aos jornalistas no final de um encontro com a CGTP-IN, a propósito da morte esta noite de um homem de 74 anos que foi transferido de Faro para Coimbra depois de alegadamente ter sido recusado no S. José, em Lisboa.

Questionada se o país tem dinheiro para esse investimento, a candidata presidencial disse que “há sempre dinheiro”, recordando o caso do Banif.

“Se há 2 mil e 200 milhões de euros num dia para o Banif, tem que haver para todos os dias, para todos os profissionais e para todas as pessoas que aqui vivem e que têm direito a ter SNS universal e gratuito”, sublinhou.

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Recusando uma “saúde para pobres e outra para ricos”, Marisa Matias vincou que não podem existir profissionais maltratados e, sobretudo, “não pode haver mortes causadas por uma lógica que nada tem a ver com a salvaguarda dos direitos, nada tem a ver com a consolidação de contas públicas, que continuam por consolidar”.

Essa lógica, acrescentou, “tem exclusivamente a ver com opções ideológicas, que colocam sistematicamente os interesses dos mercados e económicos à frente da vida das pessoas”.

A morte do homem de 74 anos esta noite nos hospitais de Coimbra ocorre duas semanas depois do caso do jovem de 29 anos, que morreu no Hospital de São José.

O jovem tinha sido internado a 11 de dezembro, tendo-lhe sido diagnosticado uma hemorragia cerebral provocada por um aneurisma, necessitando de uma intervenção cirúrgica rápida.