A recolha de fundos teve início a 21 de setembro, no âmbito do programa PAR — Linha da Frente, e destina-se a apoiar os refugiados nos países de origem e vizinhos, através do trabalho realizado no terreno pela Cáritas e pelo Serviço Jesuíta aos Refugiados (JRS). Em declarações à agência Lusa, André Jorge, diretor do Serviço Jesuíta aos Refugiados (JRS), que integra a PAR, explicou que os fundos, no caso da sua organização, destinam-se a apoiar 1.720 crianças refugiadas sírias de cinco escolas da região do Vale do Bekaa, no leste do Líbano.

“O objetivo é garantir uma refeição diária [que tem um custo de 29 cêntimos] a estas crianças” durante um ano, assegurar “alguma qualidade no ensino” e melhorar as suas “condições de vida”, adiantou André Jorge. Segundo o diretor do JRS, este apoio “é fundamental”, porque estas crianças estão “com graves carências alimentares e graves carências materiais”.

“Muitas vezes estas crianças vão com fome para a escola”, lamentou André Jorge, defendendo que é preciso salvaguardar o seu futuro e garantir que a escolarização nestes campos de refugiados “possa continuar dentro de padrões minimamente aceitáveis”.

Os fundos destinados à Cáritas destinam-se a assegurar a alimentação de 750 pessoas (150 famílias) e garantir que 120 pessoas terão acesso a cuidados de saúde primários e 60 a cuidados de saúde secundários. O presidente da Cáritas Portuguesa, Eugénio Fonseca, referiu em declarações recentes à Lusa, que o Líbano tem uma população de 4,5 milhões de habitantes, aos quais se acrescem mais 300 mil migrantes, 1,2 milhões de refugiados registados e cerca de 300 mil não registados.

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Perante esta realidade, a Cáritas considerou que o Líbano seria “o país mais indicado para receber este apoio”. “Este primeiro projeto que temos, para já, é de 100 mil euros” e decorre entre janeiro e junho de 2016″ e destina-se a assegurar a alimentação de 750 pessoas, a quem serão dados ‘vouchers’ alimentares e produtos de higiene, explicou.

A PAR, plataforma da qual fazem parte várias organizações da sociedade civil portuguesa, inclui duas áreas de atuação: acolhimento e integração de crianças refugiadas e das suas famílias em Portugal e apoio aos refugiados no seu país de origem.

Portugal vai receber, ao abrigo do Programa de Relocalização de Refugiados na União Europeia, cerca de 4.500 pessoas nos próximos dois anos, dos quais 24 já estão em Portugal. Os resultados e o balanço da campanha serão apresentados pela PAR no dia 11 de janeiro.