É errado pensar que os pacientes com Alzheimer não retiram benefícios do contacto com familiares e amigos que já não reconhecem. O alerta é dado por um estudo levado a cabo pela instituição de caridade britânica Sociedade de Alzheimer.
A pesquisa revela que 42% das pessoas inquiridas acredita erradamente que quando os doentes de Alzheimer deixa de reconhecer os entes queridos, já não beneficiam do contacto com eles.
A investigação refere ainda que 64% das pessoas com Alzheimer se sentiram isolados de familiares e amigos, após a doença ter sido diagnosticada. E 41% referiram que ser incapaz de reconhecer amigos e familiares iria fazê-los sentir-se mais isolados do que o corte de relações com familiares ou divórcio.
A instituição britânica afirma que os resultados do estudo mostram que quem sofre de Alzheimer precisa de passar mais tempo com parentes e entes queridos para evitarem a solidão. Mesmo que mais tarde não consigam lembrar-se da visita e já não reconheçam as pessoas, os doentes de Alzheimer continuam a manter a “memória emocional”, que lhes permite sentirem-se felizes mesmo depois de esquecerem o que provocou esse sentimento.
Cerca de 68% responderam que tencionam manter as visitas aos seus familiares e amigos, mesmo quando deixarem de os reconhecer. “Apesar dessas boas intenções, a falta de consciência de quão importante é a memória emocional para os doentes, as pessoas nem sempre concretizam as suas intenções e mais da metade dos pacientes de Alzheimer sentem-se isolados e sozinhos,” refere a instituição.
Esta “memória emocional” permite “estimular sentimentos de familiaridade, felicidade, conforto e segurança”, frisa a Sociedade de Alzheimer. E estes sentimentos têm um grande impacto na disposição e bem-estar geral de quem sofre de Alzheimer.