A Sociedade Portuguesa de Autores (SPA) pretende criar o Museu do Autor Português, em Lisboa, um espaço que reunirá objetos relacionados com a vida e obra dos autores nacionais de diferentes áreas, desde a música à literatura. Segundo o presidente da SPA, José Jorge Letria, este espaço museológico vai ser “bastante inovador para a vida cultural e artística portuguesa”, considerando que “não há outros museus com estas características”.

“Há museus da literatura, há museus do cinema, há outros museus, mas não há um museu que tenha esta capacidade de congregar as diversas disciplinas a partir do conceito de autores”, afirmou o responsável da SPA, defendendo que a criatividade é uma das principais fontes da riqueza intelectual e física em Portugal.

Em declarações à agência Lusa, José Jorge Letria disse que a ideia é “colocar, musealizados neste espaço, objetos que tenham a ver e que sejam representativos da carreira, da vida e do percurso de autores muito importantes, desde a área da música à literatura, desde o audiovisual ao teatro, desde a dança até às outras disciplinas” artísticas.

No Museu do Autor Português vão estar expostos objetos do espólio da SPA que contém livros, manuscritos, partituras, instrumentos musicais, quadros, pinturas e esculturas, prevendo-se que o projeto inclua também uma biblioteca e um centro de documentação.

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De acordo com o presidente da SPA, o projeto de criação do Museu do Autor Português está a ser estudado em parceria com a Câmara de Lisboa, tendo os contactos com a autarquia começado há cerca de três anos com o ex-presidente António Costa.

Questionado sobre a demora na concretização do projeto, José Jorge Letria explicou que existiram dificuldades em encontrar um espaço para acolher o museu. Recentemente, a administração da SPA esteve reunida com o atual presidente da Câmara de Lisboa, Fernando Medina, e com a vereadora da Cultura, Catarina Vaz Pinto, para analisarem o projeto de criação do Museu do Autor.

Segundo o presidente da SPA, “a Câmara gostou daquilo que a administração [da SPA] lhes apresentou”, referindo que aspetos como a localização, os prazos de obra e o investimento não foram ainda abordados.

Nas próximas semanas, a SPA enviará à Câmara de Lisboa “um memorando com uma referência detalhada ao conteúdo museológico, de forma a que o município possa tomar decisões relativamente rápidas sobre o espaço a ocupar e sobre as condições técnicas e humanas de apoio”, informou o responsável.

Em resposta à agência Lusa, fonte da Câmara de Lisboa informou apenas que está a aguardar a entrega de proposta para análise. “Estou convencido que a Câmara está tão interessada em ter um museu desta natureza quanto nós estamos interessados em cria-lo”, defendeu José Jorge Letria, acreditando que o projeto vai ser viabilizado pela autarquia.

O presidente da SPA informou ainda que a criação do Museu do Autor Português é um dos objetivos do seu mandato, que termina no final de 2018, considerando que até essa data espera “dizer às pessoas que o museu vai existir no prazo x ou y”. Fundada em 1925, a SPA representa mais de 25 mil autores portugueses.