O Hospital de São Bernardo, em Setúbal, vai abrir um processo de averiguações às circunstâncias em que morreu uma mulher de 47 anos que terá sofrido um derrame cerebral e que os familiares admitem ter sido mal diagnosticada.

A informação foi avançada à agência Lusa por fonte do Gabinete de Comunicação do Hospital de São Bernardo.

Segundo contou à Lusa Paulo Silva, irmão da falecida, Maria Rosário Macedo entrou pelo próprio pé na urgência do hospital de São Bernardo, devido a fortes dores de cabeça que a incomodavam há algum tempo, e acabou por morrer naquela unidade hospitalar já na madrugada de dia 29 de dezembro, horas depois de ter sido considerada em morte cerebral.

Segundo Paulo Silva, a irmã já tinha ido ao serviço de urgência 15 dias antes, mas na altura foi medicada com antibiótico para um eventual problema nos ouvidos.

Como as dores persistiam apesar do tratamento, foi de novo ao hospital de São Bernardo no dia 28 de dezembro, onde acabou por falecer pouco tempo depois, alegadamente devido a uma hemorragia cerebral.

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A família de Maria Rosário Macedo, que deixa dois filhos menores de 9 e 15 anos, lamenta que nem da primeira nem da segunda vez que foi ao hospital, tivesse sido realizada uma TAC (Tomografia Axial Computorizada) ou uma Ressonância Magnética, que, na opinião dos familiares, poderiam ter permitido um diagnóstico capaz de evitar um desfecho trágico como aquele que se verificou.

Convicto de que Maria do Rosário Macedo não terá sido devidamente acompanhada e tratada em termos médicos, Paulo Silva admite recorrer à via judicial para apurar responsabilidades, adiantando que os advogados da família vão fazer tudo para salvaguardar os interesses dos dois menores que ficaram órfãos de mãe.

“Ninguém pode trazer a minha irmã de volta, mas é preciso apurar responsabilidades para que não continuem a morrer pessoas por falta de assistência nos hospitais portugueses”, disse.