Quantas vezes já serviu de confidente a um amigo com o “coração partido”? Normalmente a culpa é dos desgostos de amor ou da perda de um ente querido. Mas aparentemente as emoções fortes, como luto, raiva, ansiedade ou o stress físico podem “partir” o coração mais do que num sentido figurativo. O problema conhecido como síndrome do coração partido – ou miocardiopatia Takotsubo – parece um ataque cardíaco, mas sem a obstrução característica desta doença. Mas não se preocupe, é reversível.

Dor no peito, dificuldade em respirar e mesmo um eletrocardiograma alterado são sinais de um enfarte do miocárdio, mas também acontecem em doentes que têm um dificuldade em fazer o sangue sair do ventrículo esquerdo para artéria aorta (a miocardiopatia Takotsubo). Mas se primeiro se pensava que era o sistema nervoso simpático que controlava esta situação, por estar relacionado com resposta às situações de stress – lutar ou fugir -, agora um grupo de investigadores apresenta a possibilidade de se dever ao sistema nervoso parassimpático, que responde a situações de calma (como desaceleração dos batimentos cardíacos ou diminuição da pressão arterial), refere The Wall Street Journal.

Ou seja, os responsáveis não serão só as hormonas ou neurotransmissores que causam a contração do músculo cardíaco, mas também a ausência de ação daqueles que promovem o relaxamento do músculo.

É certo que o estudo conduzido por Harmony Reynolds, cardiologista no Centro Médico Langone da Universidade de Nova Iorque, e publicado na revista científica The American Journal of Cardiology, só conta com 20 participantes (10 doentes e 10 saudáveis) e por isso só pode ser considerado preliminar. Mas as conclusões abrem a possibilidade de existirem outras causas para um problema que afeta, sobretudo, mulheres na pós-menopausa. Os cientistas apresentam assim uma possível justificação para o facto de os medicamentos utilizados atualmente para prevenir este problema terem fracos resultados.

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