A ChildLine, uma organização britânica de aconselhamento de crianças e jovens, afirma que as crianças estão “profundamente infelizes” e que as pressões modernas são muito diferentes das que se sentiam há 30 anos, devido à Internet, afirma o The Guardian.

Se em 1985 as queixas das crianças eram sobre “abuxo sexual, problemas familiares, abuso físico e gravidez”, passados trinta anos o bullying na Internet e as redes sociais estão no cerne das preocupações dos mais novos. De acordo com o estudo que a instituição dirigiu às crianças britânicas que utilizaram o sistema de aconselhamento (que funciona 24 horas por dia), esses dois fatores estão a deteriorar a autoestima e a confiança dos jovens. Como consequência, as preocupações dos jovens contemporâneos são “relações familiares, infelicidade, violência pelos pares e automutilação”.

Embora este fenómenos já tivessem sido observado pela ChildLine em 2014, o ano passado foi mais alarmante: 35 mil das sessões de aconselhamento dadas nesse período diziam respeito aos aspetos apontados acima, mais 9% do que há dois anos. Peter Wanless, chefe executivo da instituição, afirma que o Reino Unido está a tornar-se “uma nação de crianças profundamente infelizes” que tentam simular na rede uma vida perfeita com amigos constantemente presentes. A solidão, prossegue Wanless, é uma nova realidade das crianças britânicas em relação à época em que a ChildLine começou a funcionar, em 1986.

A ChildLine tem quatro formas de atuação: através de um chat com um dos conselheiros, por contacto de e-mail, por linha telefónica e através da publicação de testemunhos que permitem comunicar com outras crianças que estejam a passar pelo mesmo problema. E todas as informações trocadas neste serviço são secretas, pelo que não serão divulgadas.

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