O Governo angolano considerou existir “maturidade e serenidade bastantes” entre Lisboa e Luanda para “resolver e ultrapassar os eventuais mal-entendidos” e transmitiu a Portugal a sua “vontade política de sedimentar as relações” entre os dois países.

A mensagem do Governo de José Eduardo dos Santos foi transmitida pelo embaixador angolano em Portugal, José Marcos Barrica, ao ministro dos Negócios Estrangeiros português, Augusto Santos Silva, numa audiência no Palácio das Necessidades, divulgou a embaixada em Lisboa, em comunicado.

O embaixador sustentou que há “maturidade e serenidade bastantes entre as legítimas autoridades de ambos os Estados para que, em sede própria, sejam resolvidos e ultrapassados os eventuais mal-entendidos ou até espevitações mal-intencionadas de quem, por qualquer razão subjetiva, esteja a desfavor de um bom relacionamento entre os nossos países e povos”, segundo a mesma nota.

Marcos Barrica considerou haver “relações de cooperação entre Estados que devem ser mantidas e incrementadas na base da confiança mútua e respeito recíproco”.

O diplomata mostrou-se convicto que os executivos dos dois países “continuarão a trabalhar nesse sentido, apesar de haver alguns ruídos nas relações, o que é natural na dinâmica dos processos de interação humana”.

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Na audiência, o diplomata angolano entregou ao ministro português uma missiva, na qual o chefe da diplomacia angolana, Georges Chikoti, o felicita pela sua nomeação e apresenta em nome do Governo de Angola e em seu nome pessoal, “as sinceras felicitações, assim como os votos de prosperidade para o povo português”.

Na missiva, o ministro angolano exprime “o desejo de continuar a trabalhar para que as relações de amizade e de cooperação existentes entre a República de Angola e a República Portuguesa se fortaleçam nos mais variados domínios, no interesse dos dois povos e governos”.

Segundo a nota da embaixada angolana, a mensagem que José Marcos Barrica entregou a Augusto Santos Silva “traduz um sinal claro e inequívoco da vontade política continuada do Governo de Angola de sedimentar as relações entre ambos os governos, mas sobretudo entre os povos, que se ligam por laços históricos e afetivos profundos e que não devem, por isso, ser negligenciados”, lê-se no comunicado da embaixada.

Durante a audiência, que durou 30 minutos, o embaixador “enalteceu os laços de amizade e de cooperação existentes entre os povos de Angola e de Portugal, que são seculares”.

Em outubro de 2013, o Presidente angolano, José Eduardo dos Santos, anunciou o fim da parceria estratégica com Portugal. Os dois países tinham previsto realizar, em Luanda, em fevereiro de 2014, a primeira cimeira bilateral, encontro que nunca chegou a acontecer.