A Turquia anunciou na quinta-feira que convocou o embaixador do Irão para protestar pelas críticas feitas ao Presidente Recep Tayyip Erdogan na imprensa iraniana, após a crise diplomática entre Teerão e Riade.

Erdogan recusou-se a condenar a execução, pela Arábia Saudita, este mês, do líder religioso xiita Nimr al-Nimr.

A execução gerou protestos nos países de maioria xiita no Médio Oriente, com manifestantes a atacarem duas missões diplomáticas sauditas no Irão, o que levou Riade a cortar laços diplomáticos com Teerão.

“Condenamos energicamente que o nosso Presidente seja diretamente atacado em determinados artigos nos meios [de comunicação] iranianos, controlados pelas autoridades iranianas (…) e exigimos que estes artigos parem imediatamente”, afirmou o Ministério dos Negócios Estrangeiros turco, em comunicado.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Na mesma nota, o Ministério acrescentou que os ataques à embaixada saudita em Teerão e ao consulado do país na segunda cidade do Irão, Mashhad, foram “inaceitáveis e deploráveis”.

A Turquia aboliu formalmente a pena de morte em 2004, como parte dos seus esforços para integrar a União Europeia.

Na quarta-feira, Erdogan disse que a execução de Al-Nimr era “um assunto de Justiça interno” da Arábia Saudita.

As relações entre Ancara e Riade têm melhorado nos últimos meses, com o líder turco a visitar a capital saudita no mês passado, como sinal de aproximação bilateral.