A biblioteca presidencial do antigo Presidente dos Estados Unidos Bill Clinton tornou públicas 500 páginas de transcrições de conversas telefónicas ocorridas entre 1997 e 2000 entre o ex-chefe de Estado norte-americano e o ex-primeiro-ministro britânico Tony Blair.

Entre as transcrições estão algumas piadas trocadas entre os dois dignitários, incluindo que se deve evitar andar nu na Casa Branca, mas também assuntos sobre a Irlanda do Norte, Kosovo, Médio Oriente, integração europeia, economia ou a morte da princesa Diana em 1997.

As transcrições revelam uma grande cumplicidade entre Bill Clinton e Tony Blair.

O líder do Governo trabalhista britânico (1997-2000) e o chefe de Estado norte-americano (1993-2001) falavam regularmente ao telefone, de forma informal, e as conversas começavam muitas vezes com bastante humor.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Quando Tony Blair visitou Washington em abril de 1999, questionou Bill Clinton se podia dormir na Casa Branca na cama utilizada pelo seu antecessor Winston Churchill.

Bill Clinton respondeu: “Desde que não te exibas todo nu quando fores à casa de banho. Tu és muito jovem e esbelto”.

“Envelheci neste difícil trabalho. Bill, isso é o máximo”, respondeu Tony Blair.

Em fevereiro de 1999, os dois homens também falaram sobre o comércio internacional de banana, mas a conversa derivou rapidamente.

“Os meus assessores não me deixam falar contigo sem ter uma banana na mão. Estou sentado aqui com uma grande banana, feia e madura”, ri Clinton ao telefone.

“Agora Bill, acho que deveríamos falar sobre o Kosovo”, interrompe Tony Blair, durante a crise da ex-província sérvia, que acabou por se tornar independente.

Os dois homens também fazem piadas à paixão de Clinton por “camisolas de caxemira escocesa”, especialmente para jogar golfe, o que pode “ofender os irlandeses”.

“Quando acabar aqui (o mandato), quero ser cidadão honorário do Reino Unido e ter um assento na Escócia, perto de um bom campo de golfe”, afirmou o antigo Presidente dos Estados Unidos.

Bill Clinton deixou a Casa Branca em janeiro de 2001 e apoia agora a sua mulher Hillary Clinton na corrida às eleições presidenciais.

Tony Blair deixou Downing Street em junho de 2007 e até 2015 foi emissário do Quarteto para o Médio Oriente, mas sem encontrar uma solução para o conflito israelo-palestiniano.