O presidente francês, François Hollande, afirmou que avaliará a vontade do regime sírio de negociar em função da suspensão “dos bombardeamentos cegos e da política de matar à fome cidades inteiras”, uma “violação flagrante do direito internacional”.

Num comunicado divulgado após um encontro de Hollande com a oposição síria, em Paris, o presidente francês apelou também para “medidas humanitárias imediatas”, prioritariamente nas zonas cercadas e especialmente em Madaya, cidade controlada pela oposição, perto de Damasco, cercada pelas forças governamentais há seis meses.

Tais medidas devem permitir a criação de “condições para um cessar-fogo credível”, acrescentou.

O presidente francês afirmou ainda que o presidente sírio, Bashar al-Assad, não pode ter um papel “na Síria de amanhã” e pediu apoio à plataforma da oposição moderada dirigida pelo ex-primeiro-ministro sírio Riad Hijab, com quem se reuniu no Palácio do Eliseu, saudando a “plena disposição da oposição para negociações”.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

À saída da reunião, Hijab afirmou à imprensa essa disposição, mas advertiu que a oposição “não pode negociar com o regime enquanto houver forças estrangeiras a bombardear o povo sírio”.

A visita deste responsável a França ocorre duas semanas antes da data prevista para novas conversações mediadas pela ONU.

“Queremos negociar, com seriedade, mas para isso têm de ser criadas condições”, disse.

Hijab referiu-se a “um massacre” no noroeste de Alepo, onde forças que disse serem russas “bombardearam três escolas, matando mais de 35 crianças”.

Moscovo negou ter bombardeado as escolas de Alepo, afirmando, através da porta-voz da diplomacia, Maria Zakharova, que “a Rússia não realiza operações contra os civis”.

Segundo o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH), oito alunos e o seu professor foram mortos hoje e 20 alunos e professores ficaram feridos num ataque da aviação russa contra uma escola situada na localidade rebelde de Anjara, na província de Alepo.