Qual a forma mais rápida e mais barata de encontrar novos medicamentos contra o cancro? Agarrar em medicamentos que já são usados para tratar outras doenças e ver se podem ser aplicados na oncologia. O Diclofenac, um medicamento normalmente usado para combater as dores, é um desses exemplos, segundo um artigo científico publicado na revista do Instituto Europeu de Oncologia – ecancer.

Numa situação normal, um medicamento pode demorar 10 anos ou mais desde que começa a ser desenvolvido até que chega ao mercado – se chegar. No processo soma-se o tempo que demora a encontrar a molécula certa, a realizar os ensaios clínicos que demonstram que é segura e eficaz e a colocá-la no mercado. Com um medicamento que já esteja em uso, a toxicidade e a segurança do medicamento já foram testadas e asseguradas. Ganha-se no tempo e em dinheiro.

Os medicamentos anti-inflamatórios não-esteróides – usados para tratar artrite reumatoide, enxaquecas, febre ou dor pós-operatória -, já tinham demonstrado ter potencial para serem usados na prevenção do cancro, mas agora estes medicamentos podem mesmo vir a ser usados como tratamento para o cancro, segundo o comunicado de imprensa da Alpha Galileo. O Diclofenac combinado com a quimioterapia e a radioterapia podem aumentar a sua eficácia.

Os investigadores ligados ao projeto Repurposing Drugs in Oncology, que pretende “repropor” drogas na área da oncologia, analisaram a literatura disponível e acreditam que a informação disponível permitem dar início aos ensaios clínicos de Diclofenac no tratamento de cancro.

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