A Universidade George Washington, da capital dos Estados Unidos, retirou, esta segunda-feira, o doutoramento honoris causa concedido ao comediante Bill Cosby em 1997, depois dos múltiplos escândalos sexuais revelados nos últimos meses.

Num comunicado, o presidente da universidade, Steven Knapp, garante que a controvérsia gerada em torno do ator está a causar “uma nova aflição” entre as estudantes vítimas de assédio sexual.

“Isto faz com que este caso seja diferente e, por isso, decidi que a universidade vai rescindir o título honorário do senhor Cosby”, afirmou Knapp.

Os advogados do ator apresentaram, também na segunda-feira, uma ação no tribunal do condado de Montgomery, na Pensilvânia, em que pedem que sejam retiradas as acusações apresentadas no âmbito de um caso de assédio sexual, argumentando que a atuação do Ministério Público foi “ilegal, imprópria e antiética”.

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Segundo a defesa de Cosby, o Ministério Público comprometeu-se em 2004 a nunca mais acusar o comediante por um caso de alegado assédio sexual a Andrea Constand, uma antiga funcionária da Universidade de Temple, em troca de testemunhar num outro caso relacionado.

Contudo, a 30 de dezembro, foi acusado relativamente a este caso em que a vítima sustenta que Bill Cosby a drogou e a violou na sua mansão na cidade de Filadélfia.

A pena pelos atos de que é acusado — e que, segundo Andrea Constand, uma canadiana agora com 42 anos, tiveram lugar no início de 2004 — pode ir até aos dez anos de prisão.

A estrela de Hollywood enfrenta pela primeira vez os tribunais por abuso sexual, crime de que foi acusado ao longo dos anos por cerca de 50 mulheres, o que lesou a sua imagem pública.

A acusação formal no caso de Andrea Constand teve lugar poucos dias antes do fim dos 12 anos que, de acordo com a lei da Pensilvânia, constituem o prazo legal para a prescrição de um crime de delito sexual.

O ator norte-americano Bill Cosby encontra-se em liberdade a aguardar julgamento após pagar 10% da sua fiança de um milhão de dólares.

O Ministério Público agiu depois de, a 14 de dezembro, Bill Cosby ter acusado de difamação sete das 50 mulheres que se dizem vítimas de abuso sexual e que, segundo os advogados do protagonista de “The Cosby Show”, estão a mentir com o objetivo de lesar a sua reputação e obter dinheiro.