A correspondência entre Maria Antonieta e o conde Axel de Fersen, um aristocrata sueco e amigo da família real francesa, começou a revelar os seus segredos. E alguns deles podem obrigar a reescrever algumas páginas da história aristocracia francesa.

Mais de 200 anos após a morte da polémica rainha, condenada à guilhotina por alta traição, os investigadores do Centro de Investigação para a Conservação de Coleções (CRCC), do Arquivo Nacional francês, relevaram em comunicado a passagem de uma das cartas da rainha que indica que a relação entre os dois seria mais próxima do que a simples amizade.

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A passagem de uma carta escrita por Maria Antonieta ao conde sueco Fersen, a 4 de janeiro de 1792, diz:

Vou terminar [esta carta], mas não sem lhe dizer, meu querido e gentil amigo, que o amo loucamente e que nunca tenho um momento em que eu não o adore.”

Os dois amantes, como sugerem agora as cartas, trocaram correspondência entre o fim de junho 1791 e o fim de junho de 1792, período em que a família real francesa esteve sob prisão domiciliária no Palácio das Tuileries. A parte do texto das cartas que estava codificado já havia sido decifrada, mas ainda existiam passagens “ocultas”. Nestas, a letra da rainha francesa foi cuidadosamente dissimulada, o que, durante muito tempo, levantou dúvidas acerca da natureza das informações fornecidas pela rainha ao aristocrata sueco.

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As mensagens de Maria Antonieta tornaram-se legíveis através do recurso a uma nova tecnologia de infravermelhos que permite discriminar os vários níveis de escrita, graças a pequenas variações no teor de cobre da tinta utilizada para escrever.

Os investigadores afirmam que tencionam revelar mais excertos da correspondência entre os dois, o que virá aprofundar o conhecimento dos historiadores acerca do teor da relação. Quem parece já não ter dúvidas é a historiadora Eveyln Farr. A autora do livro I Love You Madly – Marie-Antoinette: The Secret Letters (em tradução literal, “Amo-te loucamente – Maria Antonieta: As cartas de amor secretas”) a lançar em agosto próximo, promete dar a conhecer mais segredos da relação entre os dois.

No livro, Eveyln Farr coloca alegadamente em causa a paternidade dos filhos Sofia (que morreu ainda criança) e de Luís Carlos, de quem o conde Fersen seria o pai e não o rei Luís XVI, conta o The Telegraph.

Os investigadores franceses prometeram, também, revelar mais passagens de outras cartas e enquadrar os documentos em termos de conteúdo. Ao que tudo indica, os segredos de alcova não devem ficar por aqui.