Um grupo de obrigacionistas seniores particulares do Novo Banco, que se sentem lesados com a medida do Banco de Portugal de passar os seus títulos para o ‘banco mau’, pediu uma audiência urgente ao governador Carlos Costa.

De acordo com a nota de imprensa deste grupo de obrigacionistas, o que pretendem do encontro é tentar “compreender os motivos da decisão que tantos particulares afeta”, de modo a equacionarem “a forma ou formas de recuperação, total ou parcial, do investimento naquelas obrigações sénior”, para depois poderem decidir as “formas de luta” que eventualmente venham a tomar.

Estes obrigacionistas particulares, que segundo a mesma fonte já são 45, sentem-se lesados pela medida do Banco de Portugal de 29 de dezembro, que determinou passar para o BES a responsabilidade pelas obrigações não subordinadas ou seniores por este emitidas e que foram destinadas a investidores institucionais (como fundos de investimento, fundos pensões, seguradoras).

Com esta medida – que reverteu a que tinha sido tomada após a resolução do BES, quando o Banco de Portugal decidiu não imputar perdas aos credores seniores passando a dívida não subordinada do BES para o Novo Banco -, o Novo Banco foi recapitalizado em 1.985 milhões de euros, permitindo-lhe assim cumprir as exigências regulamentares.

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A questão dos obrigacionistas seniores particulares coloca-se porque, apesar de as emissões atingidas pela medida do Banco de Portugal terem sido inicialmente destinadas a investidores institucionais, alguns títulos foram entretanto vendidos a particulares.

O Banco de Portugal esclareceu que mesmo nos particulares a responsabilidade pelo reembolso e pela remuneração daquelas obrigações era mesmo do ‘banco mau’ BES, o que coloca em risco os pagamentos, devido à situação financeira grave daquela entidade.

A Lusa questionou um obrigacionista que está neste movimento que disse que a Associação de Obrigacionistas Sénior Particulares Lesados do Novo Banco ainda não foi formalmente constituída, mas que deverá sê-lo hoje mesmo.