Nova guerra política na Venezuela, mais uma depois de a oposição ter conquistado uma maioria parlamentar pela primeira vez em 16 anos. Se Nicolás Maduro não tem facilitado a tarefa à coligação de oposição (a Mesa de Unidade Democrática), se o Supremo Tribunal de Justiça (STJ) impugnou a tomada de posse de três dos seus deputados, agora é a Assembleia Nacional que está, basicamente, suspensa neste momento.

Segundo conta o El Pais, o Supremo, que é composto maioritariamente por juízes ligados ao chavismo e escolhidos pelo Governo de Maduro, declarou como “nulos” todos os atos da Assembleia Nacional maioritariamente composta pela oposição.

A decisão foi tomada depois de os três deputados da MUD terem sido investidos no cargo, apesar da ordem de suspensão do mesmo órgão. Ou seja, a Sala Eleitoral, uma das seis salas que compõem o Tribunal, “ordenou” em comunicado que se “proceda com a desincorporação imediata” dos deputados Nirma Guarulla, Julio Haron Ygarza e Romel Guzamana que deveriam estar suspensos e cuja tomada de posse foi proibida. Para além disto o mesmo órgão diz que os atos da Assembleia Nacional “que tenham sido ditados ou que sejam ditados, enquanto se mantenha a incorporação” dos deputados em questão, são “absolutamente nulos”.

A primeira decisão de suspensão do STJ já tinha sido classificada pela oposição como uma “manobra” com o objetivo de desvirtuar a vontade popular, e por isso no dia a seguir ao começo dos trabalhos do novo parlamento, a Junta Diretiva da Assembleia Nacional, agora composta por uma maioria da MUD, optou por empossar os três deputados eleitos no Estado do Amazonas. Ora, nesse mesmo dia, uma delegação do Governo solicitou junto do STJ para que se declarasse como nula esta decisão. Veredicto que acabou por chegar esta segunda-feira.

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