Nuno Melo passou os últimos dois dias em Bruxelas, ainda em processo de reflexão. Ao final da tarde desta quarta-feira aterrará em Lisboa, a caminho de um encontro com Assunção Cristas. E noite fora, pelas 22h30, tem entrevista marcada na RTP3, onde meio CDS espera que o eurodeputado anuncie a sua decisão – se quer ou não ser candidato à liderança do partido.

Até ontem à noite, Melo deixou muitos sem resposta para a pergunta, até mesmo alguns dos mais altos dirigentes centristas. Vários dos quais, até há dias convencidos que ele se arriscaria na sucessão de Paulo Portas, agora se mostram céticos quanto à sua vontade. “Algumas pessoas dizem que esta pode ser a última oportunidade para ele, mas já não tenho a certeza disso”, dizia ao Observador um apoiante. Outro anotava que o essencial era Melo não deixar o partido suspenso por uma decisão, como aconteceu em 2005, quando foi Telmo Correia que entrou no seu lugar (perdendo depois o congresso para Ribeiro e Castro). “Ainda está em tempo, mas desta vez não pode demorar, nem hesitar”, dizia outro centrista esta terça-feira. Sim ou sopas?

Vontade tem Assunção Cristas. A ex-ministra da Agricultura tem falado com muita gente, sempre mostrando empenhamento em candidatar-se. Até aqui, esperou que Portas saísse em ombros – no conselho nacional de sexta-feira. E também do encontro com Nuno Melo, agendado para hoje. Os dois candidatos a candidatos têm acertado posições, procurando que qualquer que seja a solução (avançar só um ou ambos) isso não seja lido, tanto quanto possível, como um problema interno.

Sem ter a decisão fechada – e ao contrário do que acontece com Melo – todos no partido (todos os contactados pelo Observador, claro) dão já por adquirido que Assunção se apresentará esta semana. Esta noite saberemos se Nuno Melo dá o tiro de partida.

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