O secretário-geral da UGT, Carlos Silva, disse que o ministro do Planeamento e Infraestruturas assumiu o compromisso de haver uma informação aos trabalhadores da TAP sobre as negociações para a reversão da privatização.

“Houve da parte do ministro uma vontade de transmitir à UGT – e também nos transmitiu que vai ouvir outros parceiros sociais – para que, em relação à TAP, haja uma informação aos trabalhadores para saberem como o processo está a decorrer”, afirmou Carlos Silva à saída de uma reunião, esta manhã, em Lisboa, com o ministro do Planeamento e Infraestruturas, Pedro Marques, sobre a política governamental de privatizações.

O sindicalista disse ainda que o ministro transmitiu à central sindical que “há um clima negocial propício a que o Estado possa reverter o processo de privatização para ficar com a maioria do capital, 51% pelo menos”, e que, nesse sentido, “as negociações estão a chegar a bom porto”.

Quanto aos custos de um processo de reversão da privatização da transportadora aérea, Carlos Silva disse estar “aberto a estudar o impacto no contribuinte”, mas ressalvou que para isso precisa de saber o montante em causa, as condições e o que isso significa para Portugal: “A partir daí retiramos as nossas ilações”, concluiu.

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O sindicalista lembrou que UGT “sempre defendeu” que o Estado devia ficar com a maioria do capital da TAP e defendeu a importância de ser reaberto um processo de negociação coletiva para que os trabalhadores “sintam que os seus direitos, conquistados ao longo de tantos anos, não sejam revertidos” por causa deste processo negocial.

“Há também um compromisso do Governo e do ministro de, assim que a questão do negócio estiver decidida em definitivo, haver uma abertura à negociação com os sindicatos e os trabalhadores”, afirmou o sindicalista, que falou ainda do transporte ferroviário e rodoviário.

Quanto à Infraestruturas de Portugal, que resultou da fusão da Refer com as Estradas de Portugal, Carlos Silva disse que o ministro transmitiu à central sindical que “não vai haver reversão absolutamente nenhuma, nem sequer privatização parcial ou total”, em relação à decisão que está tomada.

“Há uma preocupação do Governo em agilizar e melhor articular os transportes rodoviário e ferroviário e a ideia é criar sinergias para que essa articulação funcione sem retirar recursos nem a um nem a outro, e potenciar a possibilidade de o transporte ferroviário, à custa do rodoviário, poder avançar ao nível dos recursos”, acrescentou.

Carlos Silva falou ainda da “grande abertura” do ministro para serem iniciados processos de informação aos trabalhadores e aberta uma negociação coletiva.