Um café depois do almoço ou de um jantar mais carregado pode saber melhor do que a própria refeição. Sendo que todo o processo de abanar o pacotinho de açúcar e misturar com a colher durante muito mais tempo do que teoricamente necessário é quase como um ritual para muitos fãs. Mas agora poderá ter que juntar mais um passo a esse processo. O de pedir o açúcar porque, caso contrário, não o terá.

Mas já lá vamos. Primeiro a Organização Mundial da Saúde diz que as crianças portuguesas, segundo os seus últimos estudos, consomem uma quantidade de açúcar equivalente aos 25% da energia ingerida todos os dias, sendo que o ideal são os 5%. Já o EPACI (Estudo do Padrão de Alimentação e de Crescimento na Infância) juntamente com Escola Superior de Biotecnologia da Universidade Católica, a Faculdade de Medicina e o Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto, e o Geração 21, verificaram que as crianças em Portugal começam a comer doces logo desde os 12 meses. Aos quatro anos mais de metade já bebe refrigerantes açucarados diariamente e 65% come doces também todos os dias.

Tal como conta o jornal Público, por tudo isto a Direção-Geral da Saúde, no âmbito do programa “Uma nova ambição para a saúde pública”, entregou uma proposta no ministério da Saúde com o objetivo de reduzir para metade ou menos de metade a quantidade de açúcar nas embalagens servidas individualmente e de tornar obrigatória a requisição do mesmo. Ou seja, se for a um restaurante e quiser açúcar tem que pedir porque não lhe vai ser disponibilizado juntamente com o café.

Ao Público o diretor-geral da Saúde, Francisco George, explica que “apesar de já existirem embalagens com menos açúcar, pretende-se que a redução para três ou quatro gramas passe a ter caráter vinculativo, obrigatório, e que estes pacotes não sejam distribuídos de forma passiva aos cidadãos, para evitar o desperdício, que se estima em cerca de 40%”

Francisco George garante ainda que o projeto está ainda numa “fase inicial”, seguindo-se outras medidas que têm como objetivo reduzir o consumo de açúcar diminuindo desta maneira a taxa de doenças crónicas como a diabetes tipo 2 e a obesidade: “Sabemos que há uma relação estreita entre o consumo de açúcar e a diabetes tipo 2 e sabemos que todos os anos há 60 mil novos casos de diabetes”, e por isso, segundo George, é necessário “um processo educativo que visa a promoção de mais literacia e auto-cuidados que possam conduzir à redução da diabetes e da obesidade”.

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